terça-feira, 22 de janeiro de 2013

‘Marineiros’ discutem fim de partido que ainda não foi criado


‘Marineiros’ discutem fim de partido que ainda não foi criado
Em debates, seguidores de Marina Silva cogitam vida útil da agremiação, que poderia acabar após 20 anos por decisão de filiados

Mais um partido. Marina defende nova forma de fazer política 

BRASÍLIA — Seguidores da ex-senadora Marina Silva, que teve 20 milhões de votos na disputa pela Presidência da República em 2010, começaram a mobilização para lançar um novo partido político no mês que vem. Em fóruns de discussão na internet, abrigados no “Coletivo Pró-Partido”, eles debatem um nome para a sigla, um programa partidário, critérios para filiação e organização da coleta de assinaturas para tentar viabilizar a legenda. Também já começaram as discussões sobre o estatuto. Os marineiros tentam aprender com os erros do PT, de onde boa parte deles é proveniente, inclusive a própria Marina, e criar uma sigla que se diferencie da forma tradicional de fazer política.

Nesse afã, as propostas são as mais diversas. Integrante de núcleo do Movimento por uma Nova Política, embrião da nova sigla, e candidato derrotado a deputado federal em 2010 pelo PV do Distrito Federal, André Lima propõe, por exemplo, um dispositivo de autoimplosão. Por essa proposta, a nova agremiação teria duração predefinida de cinco legislaturas (20 anos). No 18º ano de existência, seria realizado um plebiscito nacional entre os filiados e simpatizantes para decidir sobre sua manutenção.
Lima também propõe a revogabilidade do mandato. Antes do registro de candidatura, o candidato assinaria carta pública de compromisso com um número mínimo de propostas previamente debatidas que, se frontalmente contrariadas, resultariam na devolução do mandato ao partido.

Entre as propostas que devem ser incorporadas ao estatuto está a proibição de aceitar doações de pessoa jurídica, como ocorre no PSOL, de onde, aliás, deve sair a fundadora da sigla, a vereadora Heloísa Helena (AL), para integrar o novo partido. Os marineiros defendem o financiamento público de campanha, mas, enquanto ele não é implementado, acreditam que o impedimento de receber doações de empresas reduziria eventuais conflitos de interesse.

 Parti de um pressuposto fundante: não vamos mudar a velha política atuando somente por fora da política institucional — escreveu Lima em seu artigo intitulado “Corações batem mais forte, algo novo na política está em gestação”.

Nos fóruns de discussão na internet, os entusiastas da nova sigla discutem um nome para o partido. Entre as sugestões estão “Brasil Sustentável” e “Partido Ambientalista Sustentável”. Para o programa partidário, defende-se desde a destinação de 15% do PIB (total de riquezas produzidas pelo país) para a Educação até adotar a reforma política como uma de suas bandeiras. E, como critério de filiação, marineiros defendem a exigência de ter ficha limpa.

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