quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Índios pedem diálogo a Cabral mas insistem que não deixarão Aldeia




Em documento encaminhado ao governador Sérgio Cabral através da defensoria Pública da União do Rio de Janeiro, os indígenas que moram no prédio do antigo Museu do Índios e os defensores públicos da União que os atendem, reafirmam que querem dialogar com o governo sobre a questão do imóvel que Sérgio Cabral desistiu de demolir. Mas eles insistem que não irão deixar a Aldeia maracanã, aquela que o governador já classificou como invasão.


Para eles, o fato de o governo não prever uma utilização em torno da causa que abraçam, contraria o interesse da coletividade: "considerando que a proposta do Estado não abrange a permanência dos índios no local, nem destina uma finalidade cultural indígena ao Antigo Museu do Índio, contrariando portando os interesses da coletividade, serve a presente para destacar que a questão ainda pende de solução final, que esperamos seja harmoniosa, de modo que nos colocamos à disposição para o diálogo necessário com a finalidade de que essa solução, que contemple todos os interesses, seja enfim encontrada".

A carta-proposta ao governo do estado foi encaminhada pela Defensoria Pública da União através da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) e da  Procuradoria-Geral do Rio de Janeiro. O documento, que contou com a supervisão dos defensores públicos federais André Ordacgy e Daniel Pereira, foi elaborado pelos próprios indígenas habitantes do antigo Museu do Índio.

Em outro trecho, no qual falam os líderes da Aldeia Maracanã, os índios também insistem que não sairão da aldeia: “Negociaremos qualquer coisa, menos isso”, dizem. Os indígenas pedem ainda que o governador Sérgio Cabral faça uma visita ao local.

"Venha conhecer esse prédio e ver o que pode ser feito com ele e por ele. Por nós e por todos que nos ajudarem", dizem os indígenas, que completam que “a nossa Copa do Mundo não vai melhorar se esse prédio for demolido. Ao contrário, vai empobrecer".

Abaixo-assinado
O grupo Meu Rio, formado pela sociedade civil, está coletando assinaturas para um abaixo-assinado que será enviado diretamente à presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema de Souza Machado. O objetivo é exigir o tombamento do imóvel do Antigo Museu do Índio pelo Iphan, e não pelo estado.

No site  do movimento, o Meu Rio afirma que "se o tombamento for feito pelo Governador, ele próprio ou seus sucessores poderão voltar atrás e demolir o prédio no futuro. A única forma de termos certeza de que o tombamento será respeitado é com uma decisão do IPHAN, o órgão federal que tem a missão de proteger o patrimônio de todos os brasileiros".

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