quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sobrevivente acusa segurança de boate de agressão


Sobrevivente acusa segurança de boate de agressão

Estudante declarou que foi impedida de sair sem apresentar comanda

Participante de marcha mostra comanda durante caminhada<br /><b>Crédito: </b> Tarsila Pereira
Participante de marcha mostra comanda durante caminhada
Crédito: Tarsila Pereira
A estudante de Direito Gabriela Machado de Borba, 19 anos, uma das sobreviventes da tragédia em Santa Maria, acusa um segurança da boate Kiss de agressão. Na segunda-feira, ela foi à 1ª Delegacia de Polícia do município da região central do Estado para contar o que ocorreu dentro da casa noturna.

O braço, onde Gabriela afirma ter sido segurada pelo segurança, ficou roxo. A estudante acredita que o homem queria que ela mostrasse a comanda, provando que tinha pago a conta. "O irônico de tudo isso é que eu só bebi uma água mineral. Ele não pediu explicitamente a comanda, mas tenho certeza de que era isso que ele queria", declarou.

Gabriela disse que foi pega pelo segurança pouco antes de chegar à porta da boate. A estudante lembra que estava próxima à saída. Um pouco mais atrás estava o namorado Luiz Eduardo Viegas Flores, de 24 anos, oficial escrevente do foro de Três Passos – um dos 235 mortos na tragédia.

A jovem contou que a fumaça começou de repente, gerando correria e pânico. Com as chamas já altas, Gabriela correu e se perdeu do namorado."Corri muito e consegui passar por uma abertura mínima, que separava o salão da porta de saída. Até agora, não sei como consegui fazer isso", relatou.

Na rua, Gabriela não encontrou mais o namorado. Mais tarde ficou sabendo que ele havia morrido. Com lágrimas nos olhos, lembrou que o namoro já durava dois anos e que o casal fazia planos de ficar noivo. "Ele era tão branquinho, mas muito bonito. Não sei o que vou fazer agora, os planos que tínhamos acabaram de uma hora para outra", lamentou.

Acompanhada pelo pai, o policial militar aposentado Wanderlei Oliveira Borba, Gabriela se emocionou ao lembrar dos momentos de terror pelos quais passou na boate. 

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