quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Inquérito do incêndio em Santa Maria pode levar até seis meses


Inquérito do incêndio em Santa Maria pode levar até seis meses

Previsão da Polícia leva em conta a quantidade de informação e gravidade do que deve ser analisado

O delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigony e o delegado Sandro Meinerz afirmaram, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, que o inquérito sobre o incêndio da boate Kiss deve ultrapassar os 30 dias previstos pela legislação e pode levar até seis meses, diante da quantidade de informação que deve ser analisada. Conforme a Polícia, hoje foram ouvidas mais 14 pessoas, elevando para 54 os depoimentos tomados.

De acordo com Arigony, os donos de direito da boate Kiss são a mãe e a irmã de Elissandro Spohr, proprietário de fato do local junto com Mauro Hoffmann. Spohr tem outras duas casas na cidade (Boate Absinto e Choperia Floriano) sendo que de um desses estabelecimentos a esposa é proprietária de 50%.

Sobre a reconstituição realizada nesta quarta, Arigony relatou que tudo foi fotografado e filmado e que o local ficará completamente lacrado. Duas embalagens de velas que eram colocadas sobre a champanhe foram encontradas na casa noturna, porém o delegado disse que o material não tinha potencial para provocar um incêndio.

Na conta da polícia, em torno de mil pessoas estavam na Kiss na noite do incêndio, o que indica superlotação. Uma funcionaria da casa disse que foram disponibilizados mil bilhetes para a festa. Apenas um dos dez funcionários ouvidos disse que o sistema de monitoramento estava estragado. Os demais relataram não saber sobre o funcionamento de câmeras.

Nenhum dos funcionários disse ter recebido treinamento de combate a incêndio. A polícia apurou que a espuma do revestimento foi colada na metade do ano passado, segundo o empregado que fez a instalação. O delegado Arigony revelou que, desmentindo informação do advogado de Mauro Hoffmann, segundo o qual seu cliente era somente sócio investidor, os depoimentos indicam que ele participava de reuniões e dava orientação no estabelecimento.

A polícia ainda não ouviu ninguém da Prefeitura de Santa Maria, nem do Corpo de Bombeiros e também não conseguiu fazer levantamento da sobreposição de leis sobre as responsabilidades na fiscalização da Casa, envolvendo municipio, Estado e governo federal. Até o momento, as investigações não apontam para nenhum caso de suborno de entes públicos.

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