quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Delegado diz que espuma causou mortes e tenta prorrogar prisões


Delegado diz que espuma causou mortes e tenta prorrogar prisões

Documentos da prefeitura e dos bombeiros ainda estão sendo analisados

´´Esta espuma é que causou as mortes, pois queima rápido e libera gás cianídrico´´ 
Em entrevista nesta quinta-feira, o delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigony, mostrou um pedaço da espuma que revestia o teto da boate Kiss, em cima do palco. O delegado disse que nesta parte houve queima total, mas na parte do pub, onde não havia este revestimento, existe apenas fuligem. "Esta espuma é que causou as mortes, pois queima rápido e libera gás cianídrico. Ela foi colocada para melhorar a acústica, mas um elemento chamado retardante, que impediria a queima, parece não ter sido aplicado".

Arigony pretende entrar com pedido de prorrogação da prisão temporária dos quatro suspeitos de envolvimento no incêndio da boate Kiss, ocorrido no último domingo, em Santa Maria. Segundo o delegado, há ainda a necessidade da permanência do quarteto detido para que as investigações não sejam prejudicadas. Ele recebeu uma série de documentos da prefeitura e do Corpo de Bombeiros, que ainda estão sendo analisados.

"Ainda não conseguimos identificar o plano de prevenção a incêndios, mas já lemos documentos onde aparecem o layout da casa e a colocação de sinalização de emergência. Mas ainda temos muitos documentos para analisar".

Segundo o delegado, se a espuma não tivesse sido colocada, talvez o foco de incêndio fosse bem menor e não houvesse tantas mortes. Ainda não foi apurado quando o material foi colocado no teto. Este revestimento, de acordo com o delegado regional, abrangeria aproximadamente um terço da boate.

Empresa afirma que só usou barras antipânico

Também nesta quinta-feira, a polícia ouviu Gilceliane Dias de Freitas, sócia majoritária da empresa Hidramix, que teria prestado serviços à boate. Acompanhada de um advogado, ela levou documentos que comprovam que empresa apenas colocou barras antipânico na porta de saída da casa noturna.

A Hidramix, afirmou ela, não elabora planos de combate a incêndio. O marido de Gilceliane, o sargento do Corpo de Bombeiros da ativa, Roberto Flávio da Silveira Souza, também será chamado da depor nesta sexta-feira. Pelo fato de o sargento ser da ativa, o comando-geral da Brigada Militar em Porto Alegre abriu um Inquérito Policial Militar (IPM).

Segundo o que policiais apuraram com os bombeiros, o sargento não trabalha na área de fiscalização de casas noturnas, mas sim na parte de resgate e salvamento.

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