terça-feira, 22 de janeiro de 2013

RS: correntes marinhas levam lixo de várias partes do mundo a parque


RS: correntes marinhas levam lixo de várias partes do mundo a parque
É uma demonstração muito clara de como pode ser complexa a defesa do meio ambiente. E desafiadora também.

Turquia, Egito, Noruega, Malásia, Argentina, Alemanha, Estados Unidos. Lixo de todos os lugares do mundo é encontrado nessa praia gaúcha. São garrafas, sandálias, embalagens e pedaços de plástico. Tudo dentro de uma área de proteção, o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, ambiente que deveria estar preservado.

“Hoje achamos cerca de 200 itens. Desses, 47% eram estrangeiros; 33%, nacional; e 20% ainda não foram identificados”, disse o biólogo Nicolas Mascarello.

Segundo biólogos, a maior parte do lixo é jogada em alto mar por navios e barcos de pesca, e trazida para a costa brasileira por correntes marinhas. Além de poluir a beira da praia, é também a causa da morte da maioria dos animais encontrados por lá.
São dezenas de tartarugas, muitas jovens, como uma que encontramos, provavelmente morta pouco antes de ser trazida pelas ondas.

“Muitas vezes o lixo que fica à deriva no ar, como fragmentos de plástico, são interpretados por muitos animais como água-viva, e acabam sendo ingeridos”, explica a bióloga Aurélea Mader.

Plástico foi retirado do estômago e do intestino de tartarugas. O descarte de lixo nos oceanos acontece no mundo todo, mas lá é mais grave por causa das correntezas. Primeiro, as correntes marinhas das Malvinas e do Brasil levam os resíduos em direção ao Sul do país. Depois, mais perto da costa, o vento e as ondas levam lixo até a praia.

A limpeza da praia é feita com o apoio das prefeituras, e o chefe do instituto admite que esse trabalho precisa ser feito com mais freqüência, mas acha que o fundamental seria que as pessoas entendessem que o lixo não pode ser descartado no mar.

“Acho que mais do que o efeito fiscalizador, talvez campanhas direcionadas para a reciclagem, para o descarte desses resíduos”, opina Luís Eduardo Burgueño, chefe do Parque Nacional.
Esforço para que o cenário, caminho de aves migratórias e espécies marinhas preservadas, não se torne uma armadilha.

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