quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Polícia acha difícil manter prisões de músicos e dono da boate Kiss


Polícia acha difícil manter prisões de músicos e dono da boate Kiss



A prisão temporária de quatro envolvidos no incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, dificilmente será estendida por mais cinco dias. A avaliação foi feita nesta manhã pelo delegado que preside o inquérito, Marcelo Arigony, e pelo promotor Joel Dutra.

A prisão temporária de Elissandro Spohr, o Kiko, do sócio dele Mauro Hoffmann e de dois integrantes do grupo Gurizada Fandangueira termina na sexta-feira. Esse tipo de detenção, decretada sob justificativa de preservar provas, pode ser renovada por mais cinco dias. A renovação, no entanto, é incerta.
"A nossa legislação só permite a prisão em casos excepcionais. Conseguimos por ser imprescindível para a investigação, mas estamos esbarrando na legislação", disse Arigony. Questionado se os quatro podem correr riscos em liberdade, Arigony afirmou: "tudo é possível".
O clamor público não justifica a prisão, entende por outro lado o promotor Joel Dutra. "A legislação é bastante rígida no sentido de garantir a liberdade das pessoas. O clamor público não justifica a prisão de ninguém. A prisão tem alguns critérios, como a ameaça a testemunhas, possível fuga", disse. "Não posso privar a liberdade de ninguém para que ele fique seguro. Não se pode inverter os valores", afirmou.

Para o integrante do Ministério Público, é possível adotar outras medidas cautelares no lugar da prisão, como a proibir os donos da boate e os músicos da banda de deixarem a cidade sem aviso prévio. "Até o presente momento, não vejo como manter as pessoas presas", disse.
A Polícia Civil informou nesta manhã ter sido informada de que Kiko, um dos donos da boate, tentou suicídio no hospital onde está internado sob custódia. Ele foi encontrado com a mangueira do chuveiro do banheiro enrolada no pescoço. Para Dutra, a tentativa de suicídio também não justificaria a manutenção de uma custódia."A justificativa de ficar preso porque tentou se matar é absurda. Se é fingimento ou não, é uma pessoa que pode estar com problemas psíquicos", disse.

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