quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Depois do fogo, a esperança na Vila Liberdade


Depois do fogo, a esperança na Vila Liberdade

As 194 famílias atingidas por um incêndio no domingo estão em uma escola. Casas ecológicas ou aluguel social são as alternativas

Depois do fogo, a esperança na Vila Liberdade Marcelo Oliveira/Agencia RBS
Carla e a família acamparam em terrenoFoto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS

Passados os primeiros dias após o incêndio da Vila Liberdade, no Bairro Humaitá, em Porto Alegre, ocorrido na noite de domingo passado, os abrigados na Escola Municipal Antônio Giúdice estão em busca de novas moradias para superar a destruição de 90 casas e o desalojamento de 194 famílias.
Dono de uma das primeiras casas a incendiarem, o ajudante de transporte desempregado Cláudio Augusto de Azevedo, 37 anos, está procurando uma casa para mudar-se com a esposa e os filhos de oito e 12 anos. Segundo ele, o fogo consumiu tudo o que a família tinha. Foi possível preservar apenas a documentação.
- Estamos correndo atrás de uma casa, mas está difícil. O aluguel da maioria dos imóveis custa R$ 700, R$ 800, mas no aluguel social a prefeitura paga até R$ 400. Já percorri toda a Vila Farrapos e não achei nada. Nosso medo é que a prefeitura pague o aluguel social por três ou quatro meses e, depois, deixe de pagar. Eu preferia ir para uma casa de passagem - afirma.
Já o motorista Vanderlei Luiz Estraech, 43 anos, conseguiu alugar uma peça para mudar-se com a esposa e as duas netas.
- O proprietário foi solidário e não pediu a caução. Mas a maioria está pedindo. Levamos colchões e roupas para lá, mas continuamos fazendo refeições aqui porque não temos fogão, não temos uma faca sequer para passar no pão - lamenta Vanderlei. Ele teve a habilitação e outros documentos queimados.
Família acampa no terreno
A família da dona de casa Janaína da Silva Cabral, 32 anos, também perdeu todos os documentos. Ela, o marido e os cinco filhos estão no ginásio.
- Já ouvimos falar em casa de passagem, aluguel social. A casa de passagem seria melhor - conclui.
A cozinheira Carla da Silva Barreto, 20 anos, acampou com o marido e o filho no canteiro em frente ao terreno onde ocorreu o incêndio.
- Temos carroça e cavalo, não dá para ir para o ginásio. Se sairmos daqui, temos medo que não deem uma casa para nós.
Alternativas antes da casa provisória
O secretário municipal de Diretos Humanos, Luciano Marcantônio, esteve ontem no local do incêndio e conversou com moradores da Vila Liberdade. Ele informou que, além do aluguel social, outra opção será a construção de casas de emergência (ecológicas) no Loteamento Mario Quintana. Serão cerca de 50 casas.
- Entendemos que o aluguel social é a melhor saída, mas há perfis diferentes de famílias e vamos respeitar as peculiaridades da geração de renda de cada uma.
Conforme o Demhab, quem usar o aluguel social (até R$ 400) pode procurar imóveis na Capital ou Região Metropolitana. Se for o caso de caução, as famílias devem procurar o Demhab.
Serão construídos dois condomínios populares na Vila Liberdade.
Saiba onde entregar doações
A mobilização da população da Capital garantiu um volume grande de doações para as famílias da Vila Liberdade. Em função disso, a Fasc orienta que doações sejam entregues na Escola Municipal Antônio Giúdice (Rua Caio Brandão de Melo s/nº, Bairro Humaitá).
As famílias precisam de produtos de higiene pessoal (escova e pasta de dentes, sabonetes, desodorantes, papel higiênico, fraldas descartáveis e geriátricas) e também alimentos como pão, manteiga, frios, carne e frango.
As doações podem ser entregues aos profissionais da Fasc ou da Defesa Civil.
As famílias que perderam os documentos devem procurar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Vila Farrapos (Rua Maria Trindade, 115, Vila Tecnológica).

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