quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ministério Público investiga favorecimento de empresas ligadas a bombeiros desde 2011


Ministério Público investiga favorecimento de empresas ligadas a bombeiros desde 2011

Uma das companhias suspeitas é a Hidramix, a qual um bombeiro da ativa é um dos sócios

Ministério Público investiga favorecimento de empresas ligadas a bombeiros desde 2011 Ronald Mendes/Agencia RBS
Flores e mensagens de apoio não param de chegar no local da tragédiaFoto: Ronald Mendes / Agencia RBS

A Promotoria Cível de Santa Maria investiga desde dezembro de 2011, por meio de um inquérito civil, se existe favorecimento na elaboração de Planos de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) para empresas ligadas a bombeiros. 

Uma das firmas investigadas é a Hidramix, que tem como sócio o sargento Roberto Flavio da Silveira e Souza, bombeiro da ativa e que inclusive ajudou no resgate de vítimas na tragédia da boate Kiss, onde 235 pessoas morreram na madrugada de domingo. A Hidramix realizou obras de prevenção contra o fogo na danceteria.

O Ministério Público (MP) quer agora saber que tipo de serviço foi feito e se, de alguma forma, o fato de pertencer a bombeiros pesou na escolha da empresa para efetuar a obra.

A Hidramix foi aberta em 2005 pelo sargento Roberto Flavio da Silveira e Souza. Em 2008, entrou na sociedade o bombeiro aposentado Jairo Bittencourt da Silva. Em janeiro de 2012, a firma ganhou uma nova sócia, a mulher do sargento Souza, Gilceliane Dias de Freitas. 

O inquérito civil nº 0086400187/2011 foi aberto justamente depois que concorrentes reclamaram que bombeiros proprietários de empresas de prevenção de incêndio eram beneficiados por tráfico de influência praticado por colegas, dentro do Corpo de Bombeiros. 

— Os queixosos disseram que os Planos de Prevenção e Combate a Incêndio (PCCI) são liberados mais rápido quando o dono da empresa que faz o plano é um bombeiro. O Ministério Público não conseguiu comprovar isso, mas continua a investigar — informa o promotor César Carlan, que responde interinamente pela Promotoria Cível de Santa Maria e trabalha na investigação do incêndio da danceteria Kiss. 

Carlan informa que um Procedimento Administrativo Disciplinar aberto pela própria Brigada Militar foi arquivado, sem responsabilizar ninguém em razão da denúncia. Uma das empresas que será investigada é a Hidramix, justamente por ter prestado serviços para a Kiss e por ser pertencente a bombeiros. A firma instalou uma barra antipânico na boate.

A constatação foi de que o sargento Souza, por ser sócio minoritário da Hidramix, não teria cometido irregularidade. O promotor diz que serão ouvidas mais pessoas e, se for o caso, será sugerida à Corregedoria da BM nova investigação. 

O bombeiro Souza confirmou, quarta-feira, que já respondeu a inquérito policial-militar instaurado pela corporação por conta do trabalho na empresa e que foi absolvido:

— Foi comprovado que só presto assessoria.

Segundo Souza, o bombeiro aposentado Jairo saiu da sociedade da Hidramix no ano passado, apesar de seu nome ainda aparecer no site da Secretaria da Fazenda.

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