quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Boate Kiss distribuiu 830 convites; capacidade era de 691


Boate Kiss distribuiu 830 convites; capacidade era de 691


Advogado de sócio da boate disse que mais de 200 convites foram devolvidos pelos universitários, mas admitiu que outras pessoas podiam pagar na porta e outras festas de aniversário ocorriam na casa
O advogado de defesa de Elissandro Spohr um dos donos da boate Kiss afirmou que 830 convites da festa Agromerados foram distribuídos para estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) venderem uma semana antes do evento que terminou com 235 mortos. Jader Marques disse que mais de 200 convites foram devolvidos pelos universitários, mas admitiu que outras pessoas podiam pagar na porta e outras festas de aniversário ocorriam na casa, que suporta no máximo 691 pessoas, segundo o Corpo de Bombeiros.
“A casa tinha um fluxo dinâmico. Quando dava a lotação de 700 pessoas ninguém mais entrava. O dia mesmo da festa não estava aquela maravilha que o Kiko esperava. A casa estava meio vazia até”, argumenta o advogado. A Polícia Civil ouviu uma funcionária da casa, porém, que diz ter separado mil comandas para serem vendidas na noite do dia 26.
“As pessoas que ouvimos até agora relatam que a casa estava lotada”, afirma o delegado regional responsável pelo caso, Marcelo Arigony. “Já os funcionários dizem que a boate estava apenas cheia.” Marques disse que a boate “tinha plenas condições de funcionamento e que o dono não sabia da apresentação com sinalizadores da banda. “Aquilo foi uma surpresa, para causar frisson”, afirmou o advogado.
Fogos que causaram incêndio em boate eram irregulares
Um funcionário de uma loja de fogos de artifício de Santa Maria, ouvido pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, afirmou nesta quarta-feira (30) que os fogos utilizados pela banda Gurizada Fandangueira não eram adequados para ambientes fechados. Segundo ele, o produtor que comprou os artefatos foi alertado sobre o perigo.
"Várias vezes a gente dizia para ele: bah, tu estás usando na parte interna. Mas ele dizia: 'Mas eu sei como eu estou usando. Estou usando com segurança. Eu tenho curso'. Disso de ele ter curso ainda é pior. Se ele tem o curso, sabia que não podia usar".
O vendedor ainda ofereceu um tipo de fogos mais seguro, que poderia ser usado em locais fechados. O produtor, no entanto, não quis pagar, segundo o comerciante. Ainda foi dada a possibilidade de um desconto: "Este custa R$ 75 (indoor, para ambientes internos). Oferecemos um preço de R$ 50. Mais barato. Ele não quis, porque era 'muito caro'", disse o vendedor.
Os fogos de artifício usados são feitos de pólvora. Já o outro usa produtos químicos que produzem faíscas chamadas de fogo frio. A loja é regularizada, e os produtos podem ser comercializados livremente para adultos.
O vendedor confirmou que estava na loja no dia da compra, 25 de janeiro. "Ele levava só sputinik. Nesse dia, ele levou chuva de prata só para testar", afirmou.
Em Santa Maria, a Ordem dos Advogados do Brasil decidiu acompanhar as investigações da Polícia Civil sobre a tragédia da boate Kiss. Um perito estrangeiro se apresentou como voluntário para ajudar no acompanhamento.



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