terça-feira, 26 de março de 2013

Vice de Dilkin começa a ser "apagada" da participação na administração


Vice de Dilkin começa a ser "apagada" da participação na administração



Na democracia alianças entre partidos não são eternas. São circunstanciais. Visam apenas garantir a que determinado grupo ascenda ou se mantenha no poder.  E, muitas vezes, é um grupo que usa do outro para isso. Tão logo se consolide a vitoria eleitoral, imediatamente o vitorioso abandona quem lhe serviu de escada para chegar onde queria.  Quando não o faz de tapete, para passar o governo pisando sobre ele ou só o mantêm próximo para repartir com o "aliado" os seus fracassos. Isso em se tratando do controle do Poder Executivo.  Em relação ao Legislativo, um se utiliza do outro para dar sustentação ao governo ou para garantir uma bancada oposicionista que consiga dobrar o governo.

Em Estância Velha, por ocasião da eleição de 2012, o PSDB, do prefeito Waldir Dilkin, que vencera a eleição anterior numa aliança onde o PMDB indicou o vice-prefeito, conseguiu manter a mesma coligação partidária mas com outro candidato a vice.  Entrou, na vaga do solúvel Sérgio Schuh, que fora vice de Waldir no mandato (2019/2012), a servidora pública Ivete Grade, filha do perene vereador João de Godoy, o Dudu e do diplomado sociológo e secretário municipal do Desenvolvimento Social, João Valdir de Godoy, o Duduzinho.  O PMDB de Estância Velha, é uma mescla de Godoys com outros personagens menos relevantes.   Não se pode dizer com certeza que a candidatura a vice, de Ivete Grade, foi  o que garantiu a Waldir um segundo mandato. Mas, não resta dúvida de que colaborou substancialmente, haja visto seu vinculo com uma das áreas mais sensíveis à produção de votos, a assistência (lismo) social e também ao fato do seu irmão estar a frente da secretaria municipal que atuava diretamente nesta área. 


Vice já começa por um processo de "apagamento"
Se, ao que parecia, a candidatura de Ivete teria sido imposta a Waldir, hoje já se nota que algo há na "nova administração", que parece refletir aquela "aliança" tipo casamento arranjado.   O que se observa é que Ivete, aos poucos esta sendo "escanteada" da participação na administração.  Qual o papel dela, além de ser vice? Com o irmão ocupando uma secretaria, parece que a ela foi relegado apenas o papel de vice mesmo, ou seja, substituir o prefeito em eventuais ausências e férias.  Por estes dias, durante a programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher, Ivete pareceu preterida de tomar a frente das atividades, embora exerça um cargo de valor simbólico significativo, tanto que participou de reportagem do jornal ODiário, ressaltando a ascensão feminina a cargos de poder na região.

Outro ponto de conflito surdo na administração Dilkin/Grade, esta na secretaria da Saúde. Embora o cargo de secretária seja exercido por Angela Marmit, do PMDB, é visivel que há  um entendimento divergente em relação a gestão da secretaria.  Ivete, ainda não construiu seu espaço politico próprio. Para ter voz mais ativa precisa ir além de servir de mera "peça de decoração" dentro da administração servindo apenas para a retórica falaciosa de que "a mulher tem espaço" no Executivo.   Além disso, já fica evidente que o PSDB começa a trabalhar a si próprio ou a um nome de dentro do partido, já de olho no horizonte, agora ainda distante, de um próximo mandato.  Nesta ótica, não interessa dar palco e visibilidade maior a Ivete e ao PMDB do que o já dada a família Godoy.  

Uma lástima que já no inicio do novo mandato sejam visiveis as dissensões internas da coligação que venceu a ultima eleição.  Sai perdendo com isso o município. É certo que os partidos que compõe a aliança politica que esta no poder, no máximo, visam apenas os cargos e, menos, qualquer proposta politico-programática que vá além da tinta gasta em papel do programa de governo distribuído na campanha.   Aliás, não obstante, a administração não apresenta em se tratando de ação,  as suas linhas politicas para áreas fundamentais para o desenvolvimento e prestação de serviços a população. Uma administração em conflito permanente consigo mesma, dificilmente sair do lugar.  Foi assim no mandato passado e mais do que a manutenção da aliança e o ingresso de Ivete como candidata a vice, foi pela divisão da oposição que Waldir logrou a reeleição.
Matéria: http://coisapublica-rs.blogspot.com.br

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