sexta-feira, 8 de março de 2013

Condenado a 22 anos de prisão, Bruno pode progredir para o semiaberto em 2017


Condenado a 22 anos de prisão, Bruno pode progredir para o semiaberto em 2017

Também acusada, a ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues do Carmo, foi absolvida por 4 votos a 3

Condenado a 22 anos de prisão, Bruno pode progredir para o semiaberto em 2017 TJMG/Divulgação
Foto divulgada pela Justiça de Minas Gerais mostra Bruno durante julgamento na tarde de quinta-feira
O goleiro Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pela morte e ocultação de cadáver da ex-amante Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho que teve com ela. A ex-mulher de Bruno, também acusada, Dayanne Rodrigues do Carmo, foi absolvida, por 4 votos a 3, assim como havia sido solicitado pela Promotoria.
Devido a pena ex-goleiro do Flamengo poderá pedir o regime semiaberto daqui a ao menos quatro anos e cinco meses, em 2017, explicou o criminalista Antonio Carlos Mariz de Oliveira ao jornal O Estadão.
Segundo o advogado, o cálculo é realizado com base na pena específica do homicídio, de 17 anos e seis meses que, por ser classificado como hediondo, exige que ao menos dois quintos da condenação sejam cumpridos em regime fechado, sete anos portanto. O tempo que Bruno já passou na cadeia, dois anos e sete meses, é descontado desse período, e o prazo pode ser encurtado caso o atleta trabalhe.
Com a admissão de Bruno de que Eliza foi assassinada, e de que ele teria sido informado do que ocorreu, a defesa se distanciou, na quinta-feira, da linha inicial de argumentação na qual destacava não haver corpo e realçava dúvidas sobre o próprio assassinato. Os defensores de Bruno chegaram a falar em uma pena "em torno de dez anos", por uma "participação menor" no crime e pediram reiteradamente aos jurados que fizessem "justiça".
O advogado do réu, Lúcio Adolfo, destacou que "a imprensa" já havia sentenciado os réus e "esperava a condenação" também por parte do conselho de sentença. Na sequência, distribuiu vendas às cinco mulheres e dois homens do júri, lembrando que a justiça "é cega".
Reinterrogatório
O quarto e último dia do julgamento do ex-goleiro do Flamengo começou com um pedido de reinterrogatório dos dois réus. Dayanne confirmou que recebeu telefonemas do então policial civil José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, orientando sobre para quem deveria entregar o filho de Eliza e Bruno, quando tiveram início as investigações.
Segundo Dayanne, Zezé agia por ordem de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, tido como braço direito de Bruno e condenado, em novembro de 2012, pelo assassinato de Eliza.
Dayanne contou que tinha e tem medo do ex-policial.
"Pelo que Bruno falou, minhas filhas correm risco. Tinha medo e estou com medo agora, tanto dele (Zezé) quanto do Macarrão e da situação", declarou. Considerando que ela agiu sob pressão, o promotor pediu a absolvição.
Bruno, por sua vez, afirmou que "sabia e imaginava" que Eliza seria morta quando deixou seu sítio em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na companhia de Macarrão e de Jorge Rosa. Em depoimento, na quarta-feira, o goleiro já havia assumido que a ex-amante foi assassinada e admitiu que "aceitou" e "se beneficiou" do crime, mas ressaltou que só soube do homicídio após ele ter ocorrido.
Na quinta-feira, em nova declaração, alegou que sabia que Eliza ia morrer "pelas constantes agressões" de Macarrão contra a moça e "pelo fato de ter entregue dinheiro para ela", que cobrava ajuda para cuidar do bebê.

Nenhum comentário:

Postar um comentário