Candidato escreve receita de macarrão em redação do Enem e atinge 60% da nota

 Candidato escreve receita de macarrão em redação do Enem e atinge 60% da nota

Segundo MEC, "o aluno não fugiu do tema nem teve a intenção de anular a redação"

 

 

Rio de Janeiro  - Na segunda-feira (18) a repercussão sobre as redações com erros graves de concordância, acentuação e grafias como “trousse”, “enchergar” e “rasoavel”nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio foi grande. Em sua edição desta terça-feira (19), o jornal O Globo traz novas “pérolas” bem pontuadas no exame que é pré-requisito para a conclusão do ensino médio e necessário para a tentativa de bolsas de estudos no ensino superior.

A polêmica de hoje diz respeito a culinária. Até aí tudo bem, não fosse esse tema estar ausente dos assuntos possíveis para a construção da redação do Enem em 2012. No entanto, dois corretores da prova entenderam como “adequada” a abordagem temática por parte de um candidato que descreveu como preparar um Miojo no meio de seu texto. O candidato que agiu com deboche ficou com 560 pontos.

O estudante que, inicialmente, pareceu ter escolhido a imigração como tema para a dissertação escreve por dois parágrafos sobre o assunto. Mas já no terceiro discorre sobre o preparo do macarrão instantâneo. “Para não ficar muito cansativo, vou agora ensinar a fazer um belo miojo, ferva trezentos ml’s de água em uma panela, quando estiver fervendo, coloque o miojo, espere cozinhar por três minutos, retire o miojo do fogão, misture bem e sirva”.

Como se nada tivesse acontecido, o candidato retoma o tema da imigração no parágrafo seguinte e conclui que “uma boa solução para o problema o governo brasileiro já está fazendo, que é acolher os imigrantes e dar a eles uma boa oportunidade de melhorarem suas vidas”.

Na explicação da nota, o Ministério da Educação (MEC) entende que o estudante abordou o tema de forma “adequada”, embora “previsível” e com “argumentos superficiais”. Na competência 3, na qual é avaliada a coerência dos argumentos, o candidato recebeu 100/200 (50%).

Em nota oficial à imprensa, o MEC afirmou que “a presença de uma receita no texto do participante foi detectada pelos corretores e considerada inoportuna e inadequada, provocando forte penalização especialmente nas competências 3 e 4”. O órgão entende que o aluno não fugiu do tema nem teve a intenção de anular a redação, pois não feriu os direitos humanos e não usou palavras ofensivas.