Termina debate entre Tarcísio e Kopschina na Rádio ABC 900
Discussões acaloradas e propostas para a cidade marcaram a conversa

Novo Hamburgo - Nesta terça-feira (5), ocorreu o primeiro debate entre os candidados à eleição suplementar em Novo Hamburgo, Paulo Kospschina (PMDB) e Tarcísio Zimmermann (PT). Os dois expuseram suas ideias e discutiram propostas para a gestão entre 2013 e 2016. As militâncias de ambos os partidos chegaram pouco antes das 8 horas. A Brigada Militar e a Guarda Municipal cuidam da segurança. O debate começou às 8h17.
A mediação do evento, promovido pela Central Grupo Sinos de Eleições, foi feita pelo diretor e radialista da Rádio ABC 900, Rodrigo Giacomet. Também estavam presentes no estúdio da Rádio ABC 900 o editor e colunista de política João Ávila, a coordenadora de jornalismo da ABC, Jeania Romani, e Ederson Canalli, na assessoria de cronometragem
Saiba como foi o debate:
BLOCO 1 - O mediador Rodrigo Giacomet fez um sorteio das posições dos candidatos na mesa do estúdio, assim como a ordem de fala de Tarcísio e Kopschina. Tarcísio foi sorteado como candidato A, e Kopschina como candidato B. Tarcísio começou falando, agradecendo ao Grupo Sinos pelo debate e falando sobre o episódio de 2004, que, em decorrência de Lei da Ficha Limpa, acabou prejudicando sua candidatura. "Não queríamos essa nova eleição. Em 2004, eu era deputado federal, Jair Foscarini, estadual, e recebemos convite insistente do governador Germano Rigotto, na época, para participar de uma inauguração. A eleição acabou sendo anulada por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Na época, anunciei publicamente que não seria candidato e que considerava Foscarini como candidato legítimo. Fui candidato a deputado federal em 2006 e, em 2008, a prefeito de Novo Hamburgo. Em 2012, o PMDB, que não tem possibilidade de vencer essa eleição, resolveu apelar para o tapetão, aproveitando a brecha de uma lei mal escrita", afirmou. Tarcísio agradeceu ao povo pela compreensão e pela atenção com que tem ouvido as novas propostas. "Pretendemos continuar um governo fundado no trabalho sério, cuidado com recursos públicos, boa parceria com o governo federal. Queremos fazer grandes obras que melhoram a vida do povo, e é isso que vamos continuar fazendo", encerrou.
Paulo Kopschina saudou os presentes, o público e começou falando sobre sua formação em administração. "Gosto de estar rodeado de gente. Quando jovem, tinha um sonho de tocar um negócio. Fiz faculdade, me formei em administração, estou a frente das farmácias hamburguesa, aprendi a importância de gerenciar pessoas", disse. "Me preparei a vida inteira. Estou muito capacitado. Estamos aqui pelo meu oponente, que não respeitou a lei da ficha limpa. Espero transmitir meus projetos para melhorar nossa cidade. Sou administrador profissional, justamente o que Novo Hamburgo precisa. Junto com Lorena Mayer, vou trabalhar para que todos tenham uma vida melhor", concluiu.
Kopschina mencionou que Tarcísio teria votado a favor da Lei da Ficha Limpa e, depois, a descumprido. O candidato do PT pediu direito de resposta e afirmou que ele não era deputado quando a lei foi votada, mas que estava na prefeitura.
BLOCO 2 - Os candidatos apresentaram suas duas prioridades de governo. Tarcísio afirmou que a saúde e o desenvolvimento são suas duas maiores prioridades. Ele relembrou as melhorias na área da saúde que fez durante os últimos quatro anos. "Temos recursos para outras quatro unidades de família e uma nova UPA, e temos o projeto do segundo anexo do hospital encaminhado", destacou. "No desenvolvimento, vivemos um período positivo. Tivemos saldo líquido de mais de 12 mil novos empregos em quatro anos. Temos políticas de estimular a produção calçadista, colocar Novo Hamburgo em condições de disputar empregos de alta tecnologia no futuro".
Kopschina afirmou que suas prioridades são a saúde e a geração de emprego e renda, e destacou conhecer a saúde por trabalhar na área, bem como a capacidade de Lorena para resolver os problemas do setor. "A demora é o maior problema e a espera por consultas também. Faltam médicos e enfermeiros. Vamos contratar médicos e dentistas e agilizar a marcação de consultas por telefone, acabando com o sistema de fichas". Em relação a emprego, o candidato afirmou que será criado o distrito industrial de Novo Hamburgo para atrair novas empresas. "Queremos criar uma incubadora para jovens empreendedores, qualificar trabalhadores, criar incentivos fiscais para a tecnologia e vamos ampliar o programa primeiro emprego, abrindo vagas para jovens".
BLOCO 3 - Tarcísio e Kopschina responderam perguntas entre si. Após sorteio, Kopschina perguntou para Tarcísio como solucionar a violência na cidade. O candidato do PT criticou que o oponente lia perguntas e respostas. "Para isso se precisa de capacidade, política de articulação com o governo do estado e governo federal. Se precisa ter capacidade de formação de políticas que não vêm escritas em um papel. Felizmente a cidade vive uma realidade de superação, que foi resultado inclusive de ações de urbanização que a administração promove em vilas, que desalojam o tráfico, o que acaba fazendo com que quadrilhas disputem novos postos de espaços para drogas", afirmou. "Graças a uma articulação sólida da da BM, Guarda Municipal e Polícia Civil, estamos reduzindo, o Jornal NH de hoje já mostra isso. Mas é um tema sério, que nos preocupa. Trabalhamos em 2012 para trazer o batalhão de operações especiais para a cidade", disse.
Na réplica, Kopschina disse que continuaria lendo as perguntas e respostas, pois foi treinado para ser administrador. "Falar é fácil, mas o que o povo quer saber é por que o senhor não usou essa dita boa relação para trazer mais policiais para Novo Hamburgo. No ultimo ano, saíram quase 200 brigadianos da nossa cidade. A tranqulidade da nossa gente não tem preço", respondeu. "No nosso governo, vamos direcionar a Guarda e a BM a atuar no policiamento de ruas e praças para implantar policiamento comunitário com brigadianos em cada bairro, câmeras de vigilância e medidas efetivas contra violência contra a mulher, idosos e crianças, programa antidrogas, e de educação no trânsito.
Na tréplica, Tarcísio afirmou que pessoas humanas não são treinadas, são educadas, que treinados são animais. "O senhor foi apenas treinado, por isso sua necessidade de ler perguntas e respostas", criticou. "Enfrentamos problemas reais com soluções reais. É verdade que a violência é um grave problema, mas é verdade que as soluções que você preconiza, já estão em andamento. Não são 200 brigadianos fora da cidade. E já enviamos a lei para policiamento comunitário."
Kopschina pediu direito de resposta por causa da expressão "treinamento" e "animais". "Ele tenta desconstruir, fazer com que a gente se constranja diante dele. Isso não vai acontecer. Fui treinado na faculdade de administração e fui muito bem, obrigado".
Em seguida, Tarcísio perguntou para Kopschina o que ele tem a dizer sobre os 32 anos antes do governo petista em Novo Hamburgo, e mencionou descaso com a saúde. "Todos os postos que estão aí, com exceção dos do seu governo, foram implantados nos 32 anos, o Hospital Municipal foi uma construção do PMDB. Novo Hamburgo não começou no seu governo. Tem mais de 80 anos. Muitas coisas foram feitas e o senhor tenta desconstruir todos que vieram antes do senhor".
Na réplica, Tarcísio disse que Kopschina não assume a responsabilidade do partido. "Vou lhe dizer que o HMNH não foi criado nos últimos 32 anos. Ele tem mais de 60 anos de idade. E é evidente que os governos têm de deixar legados para uma cidade, mas o legado que os seus governos deixaram foi uma mortalidade infantil superior à média do Estado, postos de saúde sucateados, hospital e obra super faturadas e feita com extraordinário descuido de qualidade. Felizmente tivemos oportunidade de restaurar essa obra. Somos o governo da primeira UPA do RS. Das 22 equipes de saúde da família, dos sete novos postos de saúde em quatro anos".
Na tréplica, Kopschina destacou a capacidade de Lorena Mayer. "Ela é uma técnica em enfermagem, que sabe muito sobre saúde e foi arquivada em seu governo. Vai nos ajudar a resolver problemas da saúde, onde paredes não atendem. Falta material humano, médicos, enfermeiros, atendentes, e assim vai. E a população continua indo para as filas cedo e quando chega a hora de pegar ficha para o atendimento, já terminou. Eu ouvia isso da comunidade. Esta é a saúde que o senhor tanto canta em prosa e verso, mas é assim", afirmou.
BLOCO 4 - Ambos responderam a perguntas formuladas por profissionais de imprensa do Grupo Sinos. João Ávila perguntou a Tarcísio Zimmermann qual a sua proposta para acessibilidade. "Quando assumi o governo, chamei a equipe e pedi intervenção nos passeios públicos. Um engenheiro me disse que faltavam calçadas. Então fizemos programa de passeios públicos, para ter autoridade de cobrar dos particulares que fizessem as calçadas de forma decente. Agora estamos praticamente com o serviço concluído", destacou. "Nas pavimentações que fazemos, já fazemos calçada junto para ser uniformizado. Mas cabe, sim, uma ação administrativa e política forte para que os particulares melhorem e desobstruam os passeios. No transporte coletivo, temos que assegurar a acessibilidade. Toda a frota nova vem com acessibildade. Nas escolas, fizemos esforço para ampliação do acesso para pessoas com necessidades especiais. Evidentemente, ainda há um caminho a percorrer e situações particulares".
Kopschina comentou que há ocasiões em que não há calçada. "Tem muito para ser feito e, no nosso governo, vamos propor que isso seja mais acelerado. E mais, nos prédios particulares, vamos propor desconto de IPTU para quem fizer e manter sua calçada com passeio limpo, pleno, para que todos possam circular com tranquilidade".
Na réplica, Tarcísio afirmou que a isenção não é uma concessão."Cidadania é uma obrigação. cada um de nós tem responsabilidades para o coletivo. Uma delas é essa, que os proprietários façam isso. Não vou deixar contas para serem pagas para um próximo governo".
Kopschina iniciou um pedido de resposta em relação à expressão "contas a serem pagas", mas o pedido foi indeferido. Iniciou-se um breve debate paralelo, mas ele logo foi interrompido.
Jeania Romani perguntou a Paulo Kopschina sobre um projeto específico para passagem integrada. "Claro que existe, está em nosso plano de governo, não só a passagem integrada, mas de como fazer isso. Estamos às vésperas de uma nova licitação. Está contemplada, mas queremos mais do transporte coletivo, queremos implantar um sistema troncado. Os ônibus grandes andam no tronco e os microonibus atendem bairros. Vamos implantar passagem integrada, trem/onibus e passagem troncada na nossa cidade".
Tarcísio comentou que, durante seu governo, um processo foi iniciado com a comunidade. "Fizemos inúmeras audiências públicas sobre um sistema que prevê as troncais, linhas alimentadoras, trem-ônibus, e fizemos uma discussão com a Trensurb para que seja construída perto da estação Novo Hamburgo um novo terminal, e lançamos uma licitação do transporte. O Tribunal de Contas bloqueou essa licitação, e estamos lançando um novo projeto, buscando êxito. Essa questão estará contemplada nesta nova licitação.
Na réplica, Kopschina criticou Tarcísio por não ter feito a passagem integrada. "Teria possibilidade de ter feito. E por que será que essa licitação foi cancelada? Esta é a grande dúvida. O que houve nessa licitação? É a mesma coisa quando o senhor fala do Hospital Municipal. Até hoje, ninguém pagou o super faturamento".
BLOCO 5 - Tarcísio e Kopschina questionaram-se novamente, como no terceiro bloco. Tarcísio questionou a questão dos imigrantes e o fato de Kopschina ter insistido que nasceu em Novo Hamburgo. "Só estou aqui porque meus avós nasceram na Alemanha. Sou muito grato a eles", respondeu Kopschina. "Admiro essas pessoas todas, porque nos ajudaram a construir essa maravilhosa cidade, finalmente o senhor reconhece isso, que a cidade não começou no seu governo. Não sou racista, não sou contrário a quem vem a Novo Hamburgo. Que venham mais, que nos ajudem a crescer. Só assim vamos voltar a crescer, colocar a cidade no locar de onde ela nunca deveria ter saído".
Na réplica, Tarcísio criticou o discurso do rival. "É um desprezo a quem não nasceu aqui. Não acho que quem nasceu aqui tenha mais valor do que quem a adotou. O senhor insiste em um discurso que foi origem do nazifascismo, um discurso que renega sua própria história".
Na tréplica, Kopschina discordou. "O senhor continua insistindo nesta desconstrução. O senhor foi treinado para fazer isso porque isto é da linha programática do partido. Continuo insistindo que as pessoas que vem para Novo Hamburgo vem para nos ajudar, para nós é honroso".
Tarcísio pediu direito de resposta pela expressão "treino", que foi usada pelo outro candidato, mas teve o pedido indeferido.
Em sua vez, Paulo Kopschina citou perguntas feitas por internautas, mencionando os problemas com a candidatura de Tarcísio. "Eu e o senhor sofremos processo de impugnação", disse o petista. "Nós estamos na mesma situação. Poderemos ter nossos registros deferidos ou indeferidos. Não seja tão efusivo. Quando o senhor vai nas vilas, encontra inúmeras obras que clamavam há dezenas de anos e que agora são feitas. Continuamos tendo problemas. É evidente. O seu governo deixou uma cidade destruída, endividada, sem projetos. Mas somos a cidade do RS com maior número de obras em andamento, que busca resolver seus problemas. Por isso que sou candidato. Eu ou Lauermann, nós venceremos", afirmou.
Kopschina respondeu, afirmando que a situação das candidaturas é diferente. "O MP já se manifestou a favor da minha candidatura. Pelo MP já estou liberado, ao contrário do senhor. Agora, claro, a decisão ainda passa pelo magistrado. Quem define tudo isso é ele. Enquanto isso, o senhor aproveita esses minutos de fama. O engraçado de tudo isso é de que quando se fazem perguntas que o senhor não gosta, o senhor critica". O canditato mencionou um caso em que Tarcísio teria ofendido uma militante do partido oposto.
O candidato do PT pediu direito de resposta. "O episódio a que ele se refere foi um episódio de violência pelos seus apoiadores. Esta senhora é uma senhora que jogou ovos em nosso caminhão de som. Ela iniciou um processo de agressões. As pessoas de Novo Hamburgo sabem que nossa campanha é feita sem agressões".
Kopschina também pediu direito de resposta. "Felizmente isso não é verdade, o senhor que ofendeu uma mulher, mãe, com filho no colo. O senhor não se contentou. E o senhor vem aqui dizer que recebe bem".
Na tréplica, Tarcísio afirmou que o episódio precisaria ser esclarecido. "Uma pessoa que joga ovos, que gratuitamente faz isso, é o que para o senhor? É alguém que não tem respeito e não merece nosso respeito", disse. "Sua equipe evita perguntas que não lhe agradem. Uma cidade sempre tem muitos problemas. É inquestionável. A Justiça é um setor importante, mas uma eleição tem um juiz que se chama povo. Eles me elegeram com 53% dos votos. Neste momento, me dão 66% e, ao Lauermann 57% dos votos. Esse é o verdadeiro juiz de uma democracia".
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