quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Jovem de 15 anos diz que tinha encontros mensais com padre havia um ano

 Jovem de 15 anos diz que tinha encontros mensais com padre havia um ano
Adolescente contou que o padre costumava dar pequenas quantias em dinheiro

padre

Menina que diz ter sido abusada pelo padre foi batizada por ele quando tinha 13 anos

A situação do padre Emílson Soares Corrêa, de 52 anos, está cada dia mais complicada. Em depoimento na última quarta-feira (27), uma jovem de 15 anos que foi filmada fazendo sexo com o pároco, em novembro do ano passado, disse que mantinha relações sexuais com ele havia pelo menos um ano, quando ela tinha 14 anos. Ainda de acordo com a adolescente, os encontros aconteciam uma vez por mês e a menina costumava receber dinheiro do pároco. Emílson nega as acusações.

Para a polícia, não há crime, já que a menina era maior de 14 anos e não fez sexo com o padre mediante violência ou grave ameaça.

Também na última quarta-feira, a delegada Martha Dominguez indiciou o padre Emílson outra vez pelo crime de estupro de vulnerável. Segundo a titular da Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) de Niterói, na região metropolitana do Rio, a jovem de 19 anos que denunciou o pároco prestou novo depoimento. Ela disse que os abusos começaram quando tinha 13 anos, época em que foi batizada por ele. A jovem, que gravou um vídeo tendo relações sexuais com o religioso, contou que o padre acariciava suas partes íntimas e a obrigava a fazer sexo oral nele.

O religioso já havia sido indiciado com base no depoimento da irmã de dez da jovem . Segundo a criança, durante um passeio da igreja, o padre tocou suas partes íntimas. Um exame de corpo de delito constatou que a menina permanece virgem. À polícia, o padre admitiu manter relações sexuais com a jovem de 19 anos desde o ano passado quando ela já era maior de idade.

Agentes da Deam investigam se outras menores de idade foram abusadas sexualmente por Emílson. Segundo o pai da vítima, outras meninas fizeram sexo com o pároco, mas as famílias não quiseram procurar a polícia.

Segundo a delegada Martha Dominguez, nenhuma outra vítima procurou a polícia para registrar queixa. Ela pede às famílias que procurem a Deam, caso tenham sido vítimas do padre Emílson.

— As investigações estão em curso. Nossos agentes vão procurar saber se há mais vítimas, principalmente nas imediações das igrejas onde ele trabalhou, em Niterói e São Gonçalo.

O padre foi filmado durante um ato sexual com duas jovens, uma delas de 15 anos. As imagens foram gravadas em novembro do ano passado, dentro da casa paroquial. Como as meninas são maiores de 14 anos e relação foi consentida, segundo a polícia, não há crime.

A polícia também investiga o crime de exploração sexual, já que o padre costumava dar presentes para uma jovem de 19 anos, com quem mantinha relações desde quando ela tinha 15 anos.

Já o pai da jovem de 19 anos e da menina de dez, supostamente abusada quando tinha sete, foi indiciado por extorsão, na última terça-feira (26). Segundo o padre, que apresentou três testemunhas, ele pediu dinheiro e uma casa para não divulgar as imagens.

A delegada Martha Domingues disse que vai pedir ao pai das meninas o vídeo, que vai passar por perícia. Ela disse que pretende ouvi-lo sobre a denúncia de extorsão e que pretende ouvir ainda uma jovem de 15 anos que aparece no vídeo fazendo sexo com Emílson e a de 19 anos, que fez as imagens. O R7 tentou contato com o pai das meninas, mas ele preferiu não se pronunciar.

A polícia espera concluir o inquérito na próxima semana.

Padre foi afastado

A arquidiocese de Niterói informou que a "denúncia recebida acerca de padre Emílson Soares Corrêa está sendo averiguada. Após a acolhida da família e, tendo iniciado a apuração do caso, decidiu-se pela suspensão temporária do referido sacerdote no exercício de seu ministério. Obviamente, o padre não está responsável por nenhuma paróquia, já que foi completamente afastado de suas funções sacerdotais".

A Arquidiocese informou ainda que foi o próprio sacerdote que levou o fato da denúncia ao conhecimento do Ministério Público para que apure os fatos.

O advogado Roberto Vitagliano, que defende o padre Emílson, disse acreditar que o pároco foi seduzido pelas jovens com quem manteve relações sexuais, a quem classificou de bonitas e insinuantes.

— Eu acredito que ele tenha sido seduzido, sim. Se você ver essas meninas na internet, elas são muito bonitas, muito insinuantes. A Bíblia já diz que a carne é fraca e o padre é um ser humano.

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