BRASILIA:Depois de estupro de paciente cega na UTI, hospital diz que não vai mudar rotinas e formas de contratação
Assessoria alega que todos os procedimentos são feitos rigorosamente dentro das leis
Depois que o técnico em enfermagem Francisco das Chagas Coutinho, de 47 anos, foi preso acusado de estuprar uma paciente cega para tratamento de uma forte crise de diabetes na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Santa Helena, localizado no fim da Asa Norte, área central de Brasília, a assessoria de imprensa do hospital afirmou que as rotinas de trabalho e formas de contratação dos profissionais não irá mudar.
A informação repassada pelo departamento de comunicação do hospital é que todo o processo interno para contratação e definição das rotinas dos profissionais da saúde durante os atendimentos aos pacientes acontece de forma segura, correta e seguem rigorosamente todas as exigências impostas pelas leis e pelas determinações feitas pelos conselhos de ética das autoridades de classe, como CRM-DF (Conselho Regional de Medicina do DF) e Coren-DF (Conselho Regional de Enfermagem do DF).
O delegado responsável pelo caso, Waldek Fachinelli Cavalcante, da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), onde o caso foi registrado, informou que o homem aproveitou o momento em que a paciente, que tem 25 anos, estava sozinha e executou procedimentos médicos como de costume. Ele deu banho na mulher e passou uma pomada para evitar o surgimento de feridas pelo corpo, também conhecidas como "escaras". Em seguida, ele apalpou os seios e introduziu a mão na vagina da jovem. Toda a ação do técnico em enfermagem foi confirmada pela paciente horas depois em depoimento à polícia.
— Ele extrapolou. Além de ser homem e ter ficado sozinho com ela, algo que ao meu ver não poderia ter acontecido, foi além dos procedimentos médicos que deveria ter feito naquela situação.
A paciente é conhecida dos funcionários do hospital porque passou por lá outras vezes para o mesmo tratamento. Assim que o técnico em enfermagem saiu do leito, a paciente contou a uma copeira o que havia ocorrido. O caso foi repassado para a direção do hospital que comunicou a família da moça.
No mesmo dia, a polícia foi avisada sobre o fato e depois de ouvir testemunhas, analisar os depoimentos, conversar com a vítima e fazer os devidos exames, foram reunidas provas o suficiente para efetuar a prisão do acusado.
Francisco das Chagas foi preso dentro do hospital enquanto trabalhava na parte da tarde e recolhido à carceragem do presídio da Papuda em São Sebastião, região administrativa do DF, na manhã desta quarta-feira (30). Ele tem passagens por porte de drogas e assim que a direção do hospital ficou sabendo do ocorrido decidiu pela demissão imediata e por justa causa do técnico em enfermagem.
Francisco das Chagas foi preso dentro do hospital enquanto trabalhava na parte da tarde e recolhido à carceragem do presídio da Papuda em São Sebastião, região administrativa do DF, na manhã desta quarta-feira (30). Ele tem passagens por porte de drogas e assim que a direção do hospital ficou sabendo do ocorrido decidiu pela demissão imediata e por justa causa do técnico em enfermagem.
Por meio de nota, o Hospital Santa Helena disse que está colaborando com as investigações da polícia e ressaltou que quando foi contratado, o técnico apresentou Certidão Criminal, que indicava a inexistência de antecedentes criminais, emitida em 16 de fevereiro de 2012. O hospital informou que a paciente permanece internada, recebendo toda a assistência médica necessária.
A assessoria também esclareceu que não tem como mudar as rotinas nem os procedimentos internos para evitar que novos casos como esses aconteçam, porque todo o trabalho é feito com supervisão e orientação das entidades de classe competentes, o que deixa a direção do hospital "de braços amarrados" para tomar qualquer atitude que seja diferente das que são determinadas por lei e pelos conselhos de ética do CRM-DF e Coren-DF.
O técnico em enfermagem vai ser indiciado por estupro de vulnerável devido as condições da vítima que é cega e não teve como se defender. Se condenado, ele pode pegar até 15 anos de prisão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário