Boate Kiss passa por nova perícia do IGP
Delegado deve ouvir 300 pessoas envolvidas na tragédia de Santa Maria
Peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) realizam na manhã desta terça-feira um novo trabalho na boate Kiss, palco do incêndio que matou 237 pessoas em Santa Maria, região central do Estado. Para facilitar o trabalho, um gerador de energia elétrica foi levado até o local. O objetivo do IGP é remover os escombros para determinar o ponto exato onde o incêndio teve início.
Na parede da boate foi estendida uma faixa com os dizeres: "A Boca do Monte não sorri mais. Queremos paz, queremos justiça." O trânsito na Rua dos Andradas está bloqueado para o trabalho da polícia. Segundo o delegado regional Marcelo Arigony, outras perícias deverm ocorrer no local. Ele informou que cerca de 300 pessoas envolvidas na tragédia deverão prestar depoimentos. Ontem, o secretários da Segurança Pública, Airton Michels, foi categório ao afirmar que a boate Kiss não poderia estar funcionando. Michels salientou que, além da busca das causas da tragédia, há a investigação de formalidades cumpridas, mas fora da legislação, como o caso do Plano de Prevenção a Incêndio (PPCI). ![]() Flores e faixas foram deixadas por familiares e amigos que pedem justiça A tragédia O incêndio na boate Kiss – que fica na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min do último domingo. O público jovem participava de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado em uma forração de isopor. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Testemunhas relataram que, a princípio, parecia uma briga e os seguranças fizeram um cordão de bloqueio. Mas, quando viram que era um incêndio, liberaram a passagem. Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram. Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimões, usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate. |
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