Advogado de músico defende que problema na rede elétrica causou incêndio
Representante pedirá revogação das prisões a partir de segunda-feira
O defensor de Marcelo Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Omar Obregon, afirmou que remetirá na semana que vem o pedido de revogação da prisão temporária do músico. Ele voltou a negar que o Sputnik (nome dado ao sinalizador usado durante a música) tenha provocado o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no domingo. Obregon defende que a casa noturna tinha problemas na parte elétrica, e esta foi a razão do fogo.
Já o advogado do sócio da boate Kiss, Mauro Hoffmann, também informou que pretende recorrer da prorrogação da prisão temporária do cliente na segunda-feira. A tragédia matou 236 pessoas. Nesta manhã, a Justiça de Santa Maria aceitou o pedido de prorrogação das prisões dos dois sócios-proprietários da Kiss e dos dois músicos da banda, formulado pela Polícia Civil e que teve o parecer favorável do Ministério Público. A decisão é do juiz plantonista Regis Adil Bertolini, da Comarca de Santa Maria. Segundo o magistrado, o delegado apresentou declarações novas de testemunhas, indicando que o comportamento dos quatro envolvidos no caso – os empresários Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Hoffman, o vocalista da banda Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor Luciano Leão – pode ter dado causa ao homicídio qualificado por asfixia, com o quarteto assumindo o risco de ter causado as mortes. Os quatro seguem detidos desde segunda-feira – Mauro, Marcelo e Luciano, no Presídio Estadual de Santa Maria; e Spohr, no Presídio de Cruz Alta, sob custódia da BM, onde tentou suicídio na quarta-feira. Sobre a decisão Com relação a Mauro Hoffmann, o juiz destacou que “ele sabia e acompanhava tudo o que se passava no estabelecimento”. Ainda conforme a decisão, uma funcionária relatou que Elissandro Spohr teve pouco cuidado com relação à segurança da boate e que não tinha controle quanto à lotação da casa noturna, sem observar também qual era a capacidade máxima permitida. Sobre o produtor da banda, o dono da loja onde foram comprados os fogos prestou depoimento e disse ter alertado que o sinalizador não era adequado para ambientes internos. Além disso, frisou haver indícios de que há sete anos o produtor vinha utilizando os artefatos em shows e tinha ciência dos riscos. Ainda segundo o magistrado, o vocalista da Gurizada Fandangueira também tinha conhecimento do perigo provocado pelo objeto, por manusear os fogos acoplados à mão. Além disso, para o juiz, Marcelo de Jesus dos Santos contribuiu “para o desenrolar dos fatos”, já que, após perceber o fogo, não avisou o público do que ocorria. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário