De acordo com os dados apresentados pelo ministério e colhidos pelo Ibama, que monitorou os 12 estados que compõem o Cerrado, o ritmo do desmatamento caiu de 0,69% para 0,37% ao ano. Apesar da diminuição da devastação, o Cerrado ainda é um dos biomas mais ameaçados do Brasil. O desmatamento está concentrado nos Estados do Maranhão, Tocantins e no Oeste da Bahia. 'Essa são as principais frente de desmatamento no Cerrado', disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A destruição está ligada à agropecuária, em especial ao cultivo da soja, e à indústria de carvão.

Campeão. Entre 2008 e 2009, o Maranhão foi o Estado que mais desmatou o Cerrado: ele foi responsável pela devastação de 2,2 mil km de vegetação nativa. Dos 20 municípios que mais desmataram o bioma no período, nove são maranhenses. No Tocantins, o bioma perdeu 1,3 mil km em um ano e na Bahia, 1 mil km.

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, perdendo só para a Amazônia. Nele nascem as três principais bacias hidrográficas do País: a Amazônica (Araguaia-Tocantins), a do Paraná-Paraguai e a do Rio São Francisco.

Lista negra. Ao anunciar a redução do desmatamento na região Amazônica, Izabella Teixeira informou que o município de Querência, em Mato Grosso, será retirado da relação das 43 cidades que mais desmatam na Amazônia. 'Semana que vem devo assinar portaria tirando Querência dessa lista', disse a ministra.

Essa é a segunda cidade que sai da 'lista negra' do Ministério do Meio Ambiente. Em 2010, Paragominas, no Pará, também deixou de integrar o rol dos municípios da região amazônica que mais destroem florestas.

Entre agosto de 2010 e fevereiro deste ano, os Estados de Rondônia, do Amazonas, do Maranhão, do Tocantins e o Acre foram os que mais promoveram desmatamento, segundo o levantamento apresentado ontem.

'O próximo passo do ministério será chamar os governos estaduais para discutir esse desmatamento. O desmatamento na região também está ocorrendo na época de chuvas. Antes, se dava a partir de abril', observou a ministra.

PARA ENTENDER

No País, o desmatamento ainda é a principal fonte de emissão de gás carbônico e demais gases de efeito estufa - responsáveis pelo aquecimento global.

Em 2005, último ano contemplado no segundo inventário nacional das emissões, a participação do desmatamento - não só na Amazônia - foi de 61%. A agricultura vem logo em seguida no ranking, com 19% das emissões. O setor de energia, que inclui os poluentes lançados por carros, ônibus e caminhões, foi responsável por 15% das emissões. Processos industriais, liderados pela produção de cimento, respondem, por 3% do total.