quinta-feira, 24 de março de 2011

Salvador inaugura primeira termelétrica movida a biogás do Nordeste  
 
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Termelétrica está situada em uma área de sete mil hectares/Foto:
Rafael Martins/Agecom

Transformar em energia elétrica os gases gerados pelo lixo doméstico produzido na capital baiana, Lauro de Freitas e Simões Filho é o principal objetivo da Termoverde Salvador, primeira termelétrica a biogás de aterro sanitário do Nordeste, inaugurada na quarta-feira, 23 de março, no Aterro Metropolitano Centro de Salvador, no bairro de São Cristóvão.

Terceiro empreendimento deste tipo no Brasil, a termelética busca tornar 2,5 mil toneladas diárias de resíduos em energia renovável. Essa quantidade deverá abastecer grandes e médias empresas instaladas na Bahia, segundo informou a Assessoria Geral de Comunicação Social do governo do Estado (Agecom). Para o funcionamento da usina foram investidos R$ 50 milhões.

Construída em uma área de sete mil hectares pelo grupo Solví, a termelétrica tem potência de 19,73 MW e produzirá 150 mil MWh ao ano - o suficiente para atender 300 mil residências. De acordo com Latino de Carvalho, presidente da Solví Valorização Energética, controladora da Termoverde, a usina utiliza os gases compostos por dióxido de carbono (CO2) e metano, provenientes do lixo, transformando-o em energia.

"Normalmente, esses gases são lançados na atmosfera, sendo os principais causadores do efeito estufa. Mas, quando utilizados como energia alternativa, evita-se o lançamento de Gases de Efeito Estufa (GEE) na camada de ozônio e seu consequente impacto, contribuindo com o meio ambiente. Além disso, não afeta a vegetação e a fauna e nem polui os mananciais", destacou Carvalho.

A termelétrica é composta de usina geradora de energia com 19 motogeradores de 1.038 KW cada, unidade de tratamento do biogás, subestação elevadora e linha de transmissão de 7,8 quilômetros que liga a usina à rede elétrica da Coelba (concessionária estatal), que fará a distribuição às empresas consumidoras.

Apoio à sustentabilidade

Os investimentos em energia renovável são apoiados pelo governo baiano via incentivos fiscais. Para a implantação da termelétrica, a Solví recebeu incentivos por meio do programa Desenvolve. O governador Jaques Wagner lembrou que este não é o primeiro investimento em energia alternativa adotada pelo Estado, que também tem alavancado o desenvolvimento da energia eólica.

Atualmente, 14 parques eólicos estão sendo construídos na região de Guanambi, no Sudoeste baiano, complexo que já é considerado o maior deste tipo de energia do Brasil. "São iniciativas ambientalmente corretas e que devem ser olhadas como uma visão moderna de desenvolvimento sustentável", enfatizou o governador.

Até 2014, a Bahia deverá ter mais de 34 parques eólicos. Quando estiverem em funcionamento, eles terão a capacidade de gerar de 977,4 MW, o suficiente para abastecer cerca de quatro milhões de residências.

Além disso, a primeira fábrica de aerogeradores da Alstom nas Américas estará em funcionamento no Pólo Industrial de Camaçari em setembro deste ano. Com matriz na França, a gigante mundial na produção de equipamentos para a geração e transmissão de energia está investindo R$ 50 milhões na sua planta baiana, que terá capacidade instalada de 300 MW/ano e geração de 150 empregos diretos e 500 indiretos.


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