terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Reinventando a madeira

A madeira ecológica é feita de resíduo plástico e evita o desmatamento

Se você é ligada em novidades que ajudam a salvar o planeta, certamente já ouviu falar sobre o polietileno de alta densidade, material presente em plásticos descartáveis. Não? Vamos dar uma ajudinha: que tal ‘madeira plástica'? Também conhecida com ‘madeira ecológica', a inovação une o útil ao agradável: possibilita a retirada de resíduos do meio ambiente e evita a derrubada de árvores promovida pela exploração madeireira.

A base do produto é qualquer tipo de plástico reciclável (frascos, garrafas, embalagens) agregado de até 40% de fibras vegetais tais como serragem, fibra de coco, bagaço de cana, bambu, borra de café, sisal, juta, sabugo de milho, casca de arroz, raspas de couro, algodão, folhas e uma infinidade de outras. Funciona assim:

"O material é moído, adensado, adicionado corantes e entra no processo de intrusão, onde é injetado em um molde com uma determinada pressão. Após esta etapa é resfriado", explica Wilson Zonfrilli, da Pentagonal Ecowood, que há cinco anos desenvolve a madeira ecológica.

Os estudos sobre polímeros chegaram ao Brasil no início da década de 90, pelas mãos de Eloisa Mano, fundadora do Instituto de Macromoléculas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Lá os pesquisadores desenvolveram as primeiras peças de madeira ecológica a partir de sacolas de mercado e garrafas PET.

“A alternativa à madeira natural pode ser utilizada na construção de decks, piers, móveis de jardim e piscina ou para interiores”

A aparência do novo material não deixa nada a desejar ao visual da tradicional madeira. Cada vez mais, as empresas que trabalham com a novidade procuram assemelhar os produtos. "São produzidos em diferentes cores e texturas de forma que possam substituir a madeira natural", garante Marcio Pereira, sócio-fundador da Ecocasa - Tecnologias Ambientais, distribuidora de materiais ecologicamente corretos desde 2001.

A alternativa à madeira natural pode ser utilizada na construção de decks, piers, móveis de jardim e piscina ou para interiores, cercas, pallets industriais, quiosques, mobiliário urbano para praças, estações de trem e metrô, orlas e parques, e outras peças que demandem um material prático, de alta resistência e que dispense manutenção. Só de pensar que não precisamos ligar a motosserra para ter todos esses produtos é um alívio!

A substituição é recomendada especialmente em ambientes hostis à madeira natural, como locais úmidos ou com excessiva exposição ao sol. A empresária Tatiana Melo diz que "acertou em cheio" quando decidiu substituir o deck de madeira convencional pelo de madeira plástica. "Estava cansada de retocar o verniz. Quando o sol e a chuva castigam a madeira, a peça fica com aspecto envelhecido. Agora, a área da piscina está sempre linda", conta.

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