segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Evento pró-Serra em SP desrespeita decisão da convenção do PV


O presidente municipal do PV, Carlos Camacho, trajando o broche que, segundo ele, não é um símbolo do partido

Direto de São Paulo


O evento pró-Serra organizado por membros do PV nesta segunda-feira (18) desrespeitou o que foi decidido na convenção nacional do partido no último domingo (17). Na ocasião, foi explicitado que os filiados que discordassem da posição oficial da legenda - independência em relação ao segundo turno da disputa presidencial - poderiam manifestar sua posição desde que não se utilizassem de instrumentos do partido para isso.

 Nesta categoria se enquadram camisetas, bandeiras, adesivos e broches do PV. No entanto, os verdes não se sentiram inibidos pelas novas determinações e organizaram um evento na casa onde funcionava o comitê de campanha de Fabio Feldmann, ex-candidato do PV ao governo de São Paulo e ex-integrante do PSDB. Dentre os presentes no evento que oficializou o apoio de Feldmann e Fernando Gabeira - candidato derrotado na disputa pelo governo do Rio de Janeiro - a Serra, ao menos 15 pessoas traziam, eu suas lapelas ou golas, broches com o emblema do PV.

 Um desses verdes era o presidente municipal do partdo na capital paulista, Carlos Camacho. Quando questionado se não estaria contrariando a decisão da convenção, ele disse: "isso em latim significa 'eu sou o caminho, a verdade e a vida'".

 Como ele trazia dois broches em seu paletó, a reportagem explicou que estava se referindo especificamente àquele que trazia o símbolo do Partido Verde, uma letra "v" estilizada. Camacho manteve sua explicação ainda assim: "isso aqui é 'vita, verita e via', que em latim significa caminho, verdade e vida".

 O Terra conseguiu outras respostas para a "ousadia" dos filiados que não tiveram o mesmo grau de erudição de Camacho, mas que são tão inusitadas quanto. Carlos Camargo, também conhecido como Cacá do PV, supervisor na subprefeitura da Lapa, disse que não estava indo contra a deliberação da convenção já que o broche que trazia "é um instrumento do partido, mas está na minha roupa, então é pessoal".

 Já o vice-prefeito de Angatuba, município do interior de São Paulo, Pedro das Dores Hergesel, vulgo Pedro Saci, alegou desconhecer a proibição. "Para mim ninguém falou nada, estou aguardando a chegada da turma do partido pra ver isso".

 Os pronunciamentos dos verdes no decorrer do encontro saudavam - invariavelmente - as "lideranças do PV" ali presentes, o que também contraria o definido pelo PV. Ao final da convenção de domingo, o vice-presidente da sigla, Alfredo Sirkis, havia dito que as pessoas não poderiam se apresentar como representantes do PV. A manifestação deveria ser feita de maneira individual. "A mensagem deve ser: sou fulando de tal, jornalista, ou economista, sem mencionar o qualitativo partidário", explicou Sirkis.

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