segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Dilma cobra apuração de vínculo dos panfletos difamatórios

Direto do Rio de Janeiro


A apreensão de um milhão de panfletos contrários à Dilma Rousseff (PT), numa gráfica paulista pertencente a uma filiada ao PSDB, Arlety Satiko Kobayashi, tem mobilizado a cúpula petista para dissipar os ataques religiosos à campanha. Numa coletiva à imprensa, no Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira (18), Dilma cobrou a investigação do financiamento dos panfletos, que trazem a mensagem da regional Sul I da CNBB, com a recomendação de que os eleitores não votem em candidatos favoráveis ao aborto.

"Eu lamento profundamente o uso desses métodos. Até porque, a legislação eleitoral proíbe e configura crime eleitoral esse tipo de prática. Vai ser investigada, e se se caracterizar ligações com o PSDB, eu acho que é lamentável que isso tenha acontecido", afirmou Dilma. A petista se refere ao fato de a irmã de Sérgio Kobayshi, coordenador de infraestrutura da campanha de José Serra, ser uma das sócias da gráfica.

"Eu acho que houve nessa campanha um processo que a gente deve repudiar. Um processo de publicação de materiais que não tem autoria, com um conteúdo que instaura o ódio, um clima contrário à nossa cultura, aos nossos usos e costumes", acrescentou a candidata, que realiza, nesta segunda, uma entrevista no Jornal Nacional e um encontro com artistas e intelectuais em apoio a sua candidatura.

 
Nesta segunda, em São Paulo, o coordenador jurídico de Dilma, José Eduardo Cardozo, apontou indícios de que há digitais do PSDB na campanha subterrânea e cobrou a investigação da Polícia Federal. "É um desrespeito à inteligência da sociedade esses panfletos terem sido rodados lá. A Arlete é irmã de um dos coordenadores do Serra. A campanha dele tem uma resposta a ser dada. Queremos saber quem financiou, quem pagou. Cabe à Polícia Federal e à Justiça Eleitoral investigar", disse Cardozo, numa coletiva.

 
No Rio, Dilma reeditou o tom do debate na Rede TV! e suspeitou das intenções do seu adversário, José Serra (PSDB), em relação ao pré-sal. "Sou contra a privatização do pré-sal. Seja o que diga meu adversário, o fato é que o PSDB votou contra o modelo de partilha", criticou a petista. "Estamos naquela fase em que bezerra está estranhando vaca, e vice-versa, vaca estranhando bezerro. Apesar de negarem que ali é uma personagem importante (David Zylberstajn), foi assim que vocês, jornalistas, o apresentaram (como assessor de Serra na área de energia) quando ele deu uma entrevista sobre privatização do que ele considera que deve ser a forma de exploração do pré-sal", concluiu.

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