quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Familiares de vítimas em Santa Maria reúnem-se para formar associação


Familiares de vítimas em Santa Maria reúnem-se para formar associação

Primeira reunião está marcada para este sábado

Familiares de vítimas em Santa Maria reúnem-se para formar associação<br /><b>Crédito: </b> Mauro Schaefer
Familiares de vítimas em Santa Maria reúnem-se para formar associação 
Ainda enlutados com a perda de filhos e filhas, pais de vítimas do incêndio na boate Kiss planejam reunir-se em uma associação. A intenção é oferecer apoio psicológico e jurídico, além de acompanhar as investigações e promover campanhas de prevenção – a exemplo do que ocorreu com familiares de vítimas do vôo 3054 da TAM, em 2007. A primeira reunião ocorre neste sábado, às 9h, no Colégio Marista Santa Maria. O encontro terá o acompanhamento da Defensoria Pública do Estado (DPE RS).

“Em um primeiro momento, queremos reunir as pessoas para que tenhamos uma orientação sobre o que fazer”, explica Aderbal Alves Ferreira, um dos organizadores do encontro de sábado. Ele perdeu a filha Jennefer Mendes Ferreira, 22 anos, que estudava Psicologia na Unifra e trabalhava com o pai em uma papelaria de Santa Maria. “Foi uma guerra o que a gente viveu. O pessoal ainda está perdido, não sabe o que fazer”, conta. Ele ressalta que, embora contem com o apoio da Defensoria Pública, os pais precisam recorrer. “Tem pessoas que estão enclausuradas em casa. Nossa ideia é tentar ajudar essas pessoas”, afirma. A ideia começou a ser discutida no último sábado, durante homenagem às vítimas. “Agora estamos com um pouco mais de cabeça. Está caindo mais a ficha”, justifica Ferreira.

Léo Carlos Becker, que perdeu a única filha, a estudante de Agronomia Érika Sarturi Becker, 22, ressalta que a união dos pais irá fortalecer a busca por justiça. “Se cada pai mover uma ação, não teria como um juiz aceitar”, observa. Mudanças na lei e a ampliação da fiscalização também estão na pauta dos familiares. “Vamos ter departamentos que vão fiscalizar essas casas de eventos, para não deixar que isso fique no esquecimento”, explica Becker.

Para o defensor público do Estado Andrey Melo, a associação terá três tarefas importantes: confortar os familiares, cobrar a fiscalização para que casos como esse não se repitam e fortalecer as demandas dos pais. "A associação terá uma força muito maior do que aquele que vai demandar sozinho", afirma.

A criação de uma entidade jurídica havia sido sugerida pela Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAMJJ3054 (Afavitam). “Nossa experiência mostrou que um familiar sozinho dificilmente é ouvido. Mas, se vocês se unirem e se organizarem, com certeza será mais fácil dialogar com os órgãos públicos, bem como acompanhar as investigações para apurar as responsabilidades e punir os culpados”, informou a entidade, em nota divulgada na semana passada. 

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