sábado, 9 de fevereiro de 2013


Assinaturas contra Renan passam de 1,27 milhão

Objetivo é chegar a 1,36 milhão e pressionar o Senado pelo impeachment do peemedebista. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por três diferentes crimes
Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Desde que começou a articular sua candidatura, Renan tem sido alvo de protestos
Já passa de 1 milhão e 271 mil o número de assinaturas da petição pelo afastamento de Renan da presidência do Senado. Ou seja, o número se aproxima da meta estabelecida pelos autores da iniciativa, de atingir 1% do eleitorado nacional, isto é, 1,36 milhão de assinaturas.
Na tarde de ontem (sexta, 8), uma semana depois de o Senado ter eleito Renan Calheiros (PMDB-AL) para comandar a Casa pelos próximos dois anos, a petição que pede o impeachment do peemedebista tinha ultrapassado a marca de 1 milhão de assinaturas. O abaixo-assinado, criado pela ONG Rio de Paz e hospedado na rede Avaaz, surgiu inicialmente para defender a eleição de um senador ficha-limpa para o cargo. Com a confirmação da volta de Renan ao posto, o objetivo agora é exigir a saída dele do comando do Poder Legislativo (o presidente do Senado também preside o Congresso Nacional – que é a soma das duas casas legislativas federais, o Senado e a Câmara dos Deputados).
Renan é alvo de três investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Em um dos casos, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o acusa de ter cometido três crimes: peculato (desvio de dinheiro público ou bem público por funcionário público), falsidade ideológica e uso de documento falso. A denúncia foi revelada em primeira mão pelo Congresso em Foco em 26 de janeiro.
No dia da eleição para o Senado, a revista Época teve acesso à denúncia, que aponta o uso de notas fiscais frias para comprovar que tinha renda suficiente para cobrir despesas da mãe de sua filha. “Se 1.360.000 se juntarem a nós, poderemos causar um rebuliço na mídia, desafiar as restrições desta iniciativa popular e exigir a revogação do presidente do Senado, Renan Calheiros”, diz o texto da petição. O número de assinaturas já passa com folga a quantidade de votos que o peemedebista teve nas eleições de 2010: 840 mil.
Renan retorna à principal posição do Senado, de onde saiu em 2007 após renunciar em meio a uma série de denúncias. Pressionado pelos colegas, renunciou ao comando do Senado, mas escapou – por duas vezes – da cassação em plenário, apesar da recomendação pela perda do mandato feita pelo Conselho de Ética.
Sem se afastar da independência que marca os seus nove anos de existência, o Congresso em Foco se aliou a várias organizações da sociedade civil no repúdio à reeleição de Renan, no entendimento de que não se trata de uma disputa partidária ou de governo versus oposição, e sim de defesa de toda a cidadania, que, neste caso, se sente ultrajada e inconformada. Isso motivou um protesto em frente ao Congresso dois dias antes da eleição.

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