domingo, 31 de outubro de 2010

Segundo turno registra maior percentual de abstenções desde 1989

Em 2006, 18,99% dos eleitores não compareceram para votar no 2º turno.Em 2002, quando Lula venceu Serra, 2º turno teve 20,46% de abstenções.
Com 99,70% dos votos apurados, a abstenção no segundo turno da eleição presidencial deste ano chega a 21,47%, maior índice registrado desde 1989, quando o Brasil voltou a eleger seu governante de forma direta, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em 2006, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o tucano Geraldo Alckmin, 18,99% dos eleitores não compareceram para votar no segundo turno. Em 2002, quando Lula venceu José Serra (PSDB), o segundo turno teve 20,46% de abstenções.
Em 1989, ano em que Fernando Collor derrotou Lula no segundo turno, o índice de abstenções no país ficou em 14,40%.
Estados

Em São Paulo, com 99,99% dos votos apurados, o temor de que houvesse uma abstenção elevada por causa do feriadão não se concretizou. Ela está em 19,15%, abaixo do percentual registrado em todo país. No entanto é maior do que no primeiro turno (15,37%).

Nos estados do Sudeste, o maior percentual de abstenções ocorreu no Rio Janeiro, onde 21,03% não compareceram. No Espírito Santo, ficou em 20,93%. Em Minas Gerais, com 99,98% dos votos apurados, ela está em 20,98%.

O maior percentual de abstenções registrada na eleição presidencial nos estados foi no Maranhão. Com 99,86% dos votos apurados, 29,52% não compareceram. Depois aparece o Acre. Com 97,32% da apuração concluída, o índice está em 28,18%.

Dilma é eleita 1ª mulher presidente do país

Às 19h55min de 31 de outubro de 2010, após 121 anos de tradição republicana, o Brasil elegeu a primeira mulher presidente de sua história.

 Com quase 90% dos votos apurados, segundo a contagem oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dilma Vana Rousseff, 62 anos, somou mais de 49 milhões de votos, abriu uma diferença impossível de ser revertida em favor de seu adversário, o tucano José Serra, e garantiu sua entrada no Palácio do Planalto para um mandato de quatro anos.

 Além de marcar uma histórica vitória feminina nas disputas pelo comando do país, o resultado do pleito deste domingo representa a eleição da primeira líder política com fortes laços com o Rio Grande do Sul desde que o general Ernesto Geisel, nascido em Bento Gonçalves, deixou o poder em março de 1979.

 Por ironia, foi justamente por combater o governo militar sustentado por Geisel que a ex-guerrilheira convertida em sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva, nascida em Belo Horizonte (MG), teve o rumo de sua vida direcionado para Porto Alegre. Radicada em solo gaúcho após ser presa como subversiva, na nova cidade construiria sua família, a carreira política, e daria início à ascensão ao mais alto cargo público do Brasil.

Aécio e Marina lideram apostas para 2014

Com a eleição presidencial polarizada pela petista Dilma Rousseff e pelo tucano José Serra, uma corrida política paralela foi deflagrada para garantir posições vantajosas na disputa de 2014. Assim, projetos nacionais de poder já foram incubados em várias disputas regionais.

Alguns desses movimentos foram bem claros. É o caso do ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) e da senadora Marina Silva (PV-AC). Mas há outros nomes desde já de olho na disputa de 2014: os governadores eleitos de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do Paraná, Beto Richa (PSDB), além dos governadores reeleitos de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB).

Assim como Marina e Aécio, todos representam lideranças mais jovens que aproveitaram a eleição para se consolidar e ocupar papel de destaque no cenário político nacional.

Aécio, de 50 anos, ganhou tudo em Minas. Foi eleito senador com votação expressiva, emplacou o sucessor Antônio Anastasia (PSDB) no governo e garantiu a vaga de senador para o ex-presidente Itamar Franco (PPS), derrotando na mesma eleição o ex-ministro Hélio Costa (PMDB), e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT). O resultado credencia o tucano como melhor aposta do PSDB para a sucessão presidencial daqui a quatro anos.

Marina Silva, de 52 anos, é nome consolidado para 2014. Credenciada por quase 20 milhões de votos no primeiro turno, mesmo contando com uma estrutura mínima de campanha e quase nenhum tempo de propaganda na televisão, ela se tornou a maior surpresa da corrida presidencial deste ano. Sua campanha bem sucedida formou uma base bastante sólida para a próxima eleição.

Geração. Eduardo Campos, de 44 anos, lidera o projeto nacional do PSB, que ampliou bastante sua representação no País. Cabral, de 47 anos, também se consolidou como maior liderança do Rio, deixando para trás grupos importantes representados pelo ex-prefeito Cesar Maia (DEM) e pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR). Passa a ser mais importante ainda se o PMDB decidir bancar um projeto de candidatura presidencial descolado da parceria com o PT.

Entre os tucanos, Alckmin, de 57 anos, dá a volta por cima na sua trajetória política com a eleição para o governo de São Paulo.

Comandando o Estado mais populoso do País, passa a ter importância política para planejar uma nova campanha para o Palácio do Planalto, depois de ter sido batido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.

Beto Richa, de 44 anos, saiu da Prefeitura de Curitiba para o comando do governo do Paraná, derrotando o senador Osmar Dias (PDT), que tinha o apoio de Lula e do governador Roberto Requião (PMDB). Os dois tucanos, no entanto, precisariam antes superar o bom momento de Aécio dentro do partido.

Na prática, a transição entre as disputas de 2010 e 2014 representa uma espécie de troca de gerações na política brasileira. Depois de dois mandatos, Lula deixará o governo com 65 anos. Pode até tentar um novo mandato em 2014, mas já estará perto dos 70 anos. Os dois principais candidatos à sua sucessão também passaram dos 60 anos. José Serra tem 68 anos e Dilma está com 62 anos. Eleita, é candidata quase certa à reeleição.

Há ainda o caso do deputado Ciro Gomes, de 52 anos, que sonhava com sua terceira campanha presidencial, mas viu o plano ser barrado pela direção do PSB e pelo próprio Lula e não disputou nenhum cargo este ano.

Projetos regionais. Um bom resultado nas eleições, entretanto, não garante o sucesso dessas incubadoras políticas. O principal problema é que, tradicionalmente, a maioria dos partidos não desenvolve projetos de poder em nível nacional. Preferem concentrar suas atenções nas disputas regionais onde possuem lideranças expressivas.

Ciro Gomes experimentou na pele a situação este ano. O PSB preferiu investir na parceria nacional com o PT em torno da candidatura de Dilma e ganhar o apoio petista em campanhas estaduais consideradas estratégicas pelo partido. Em troca, o PT decidiu abrir mão de candidaturas em locais importantes, como Ceará, Pernambuco e Espírito Santo, por exemplo. A estratégia garantiu a vitória do PSB nesses três Estados já no primeiro turno.

Essa falta de interesse dos maiores partidos em ter candidatos na eleição para o Palácio do Planalto fica clara na atual disputa. Entre os partidos com representação expressiva dentro do Congresso, apenas PT, PSDB, PV e PSOL bancaram candidaturas majoritárias - outras cinco legendas pequenas também participaram da disputa.

O PMDB é o principal exemplo desse tipo de comportamento. Apesar de ser líder em número de parlamentares dentro do Congresso e sempre ter número expressivo de governadores, não lança um candidato à Presidência desde 1994, quando Orestes Quércia terminou em quarto lugar. Depois disso, passou a se concentrar com sucesso nas disputas estaduais e, agora, chega à Vice-Presidência da República.

"Saberei honrar o legado de Lula", diz Dilma emocionada

A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff (PT), se emocionou neste domingo, durante o primeiro pronunciamento oficial, ao se referir ao apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Baterei muito a sua porta e tenho certeza e confiança de que estará sempre aberta. Saberei honrar o seu legado", garantiu a petista.

Dilma confirmou matematicamente sua vitória pouco mais de uma hora após o fim da votação em todo o Brasil, somando 55% dos votos, enquanto José Serra (PSDB) teve 44%. O índice de abstenção foi de 21%.

"Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade", acrescentou, lembrando da trajetória de Lula como chefe de Estado.

Na referência ao padrinho político, ela foi cortada pelos gritos de "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula...". Dilma lacrimejou. "Conviver durante todos esses anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu país e sua gente".

O candidato derrotado, José Serra, telefonou para Dilma durante o pronunciamento, segundo José Eduardo Cardozo, coordenador jurídico da campanha petista. Dilma recebeu um bilhete de Palocci, informando-a sobre a ligação.

MÃO ESTENDIDA

A presidente eleita foi recebida com o Hino Nacional no auditório do hotel Naoum, em Brasilía. Dilma chegou ao auditório acompanhada dos ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu - em seguida, subiram ao palco os coordenadores de sua campanha, José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardozo, além do vice Michel Temer (PMDB), do ex-presidente José Sarney e dos governadores Tarso Genro, Renato Casagrande, Eduardo Campos e Cid Gomes.

Num discurso conciliatório, Dilma "estendeu" sua mão aos opositores e aos eleitores que não votaram nela. "Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrios. A partir de minha posse, serei presidente de todos os brasileiros e brasileiras".

"Para mim, é uma noite completamente especial... Recebi de milhões de brasileiros e brasileiras talvez a missão mais importante da minha vida. Além da minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do Brasil, porque pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil", afirmou.

"Vou honrar as mulheres brasileiras para que esse fato hoje inédito se transforme em uma fenômeno natural", prosseguiu. "Reconheço... Eu e meu vice Michel Temer, hoje eleito, reconhecemos que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico.

No hotel Naoum, ministros de Lula, governadores, senadores, deputados federais e prefeitos, além da militância do PT.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Marina condena uso de seu nome em falso apoio a Serra

A senadora e candidata derrotada à presidência da República, Marina Silva (PV-AC), criticou nesta quarta-feira (27) setores do PSDB que, segundo o PV, promoveram iniciativas fraudulentas ao envolvê-la em ações de apoio à candidatura tucana de José Serra. "Não usem meu nome para o vale-tudo eleitoral", afirmou a senadora, de acordo com informações de sua assessoria de imprensa.

"Os quase 20 milhões de brasileiros que endossaram meu projeto e o de Guilherme Leal no primeiro turno sabem que o respeito ao eleitor é um princípio inquestionável na nossa prática política, o que nos diferencia daqueles que querem o poder pelo poder", disse Marina.

A declaração de voto falsa foi feita com um endereço de e-mail que não corresponde ao de Marina e foi ao ar no blog "Eu Vou de Serra 45". "Infelizmente, muitos não aprenderam nada com os resultados das urnas e continuam a promover a política de mais baixo nível ao usar estratagemas banais para buscar votos", a candidata derrotada do PV.

O e-mail falso seria direcionado aos eleitores de Marina contendo um "pedido" da senadora verde para que haja união em torno da candidatura tucana.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Marina Silva diz que Brasil está ‘cansado do confronto’

Marina Silva após palestra do ex-primeiro ministro
britânico Tony Blair (Foto: Mariana Pasini/G1)A senadora Marina Silva, que foi candidata à Presidência da República pelo Partido Verde (PV), disse nesta terça-feira (26) que o eleitorado está “cansado do confronto”. Em São Paulo, após participar de uma palestra sobre educação feita pelo ex-primeiro ministro britânico Tony Blair, na Universidade Anhembi Morumbi, ela avaliou que não está sendo feita uma “leitura” do primeiro turno nesta segunda etapa das eleições.


“A lição é de que no segundo turno a gente tem que ler o primeiro turno. Eu acho que não estão fazendo a leitura do primeiro turno. O primeiro turno sinalizou com algo importante que as pessoas estão cansadas do confronto, as pessoas querem o encontro do Brasil com o que interessa para o Brasil, na educação, na saúde, na segurança pública, na infra-estrutura, e na política que precisa avançar”, disse.

Dilma e Serra participam de debate eleitoral na TVSerra fala sobre combate a drogas; Dilma aborda agricultura familiarNa TV, Dilma volta a utilizar artistas;

Serra fala de propostas para a cultura

A senadora disse também que seu partido avalia que suas propostas têm tido um “acolhimento maior” por parte da candidata petista, Dilma Rousseff, em comparação com o candidato tucano, José Serra. Porém, segundo Marina, isso não impede que mudanças ocorram até a realização do segundo turno das eleições.

“Eu fiz questão de que a proposta de cada candidato, a resposta de cada candidato fosse apresentada a nós do PV por escrito. Justamente para evitar que fizéssemos interpretações sobre as questões que eles estavam se comprometendo. E a avaliação da direção é que houve um acolhimento maior por parte da candidata Dilma e um acolhimento menor da parte do candidato Serra, mas isso não impede que os dois possam até o dia 31 de outubro ampliar o acolhimento das propostas que apresentamos, e não impede inclusive que depois do segundo turno aquele que for eleito, no processo de transição, ainda possa se comprometer com as propostas relevantes. O importante é que nós acertamos ao apresentar as propostas e dar oportunidade aos candidatos de progressivamente irem se comprometendo com elas”.

Marina falou que não assistiu o debate promovido pela TV Record entre os dois candidatos promovido na noite de segunda-feira (25), mas disse lamentar a falta de um debate mais aprofundado.

“Eu acho que estão perdendo uma grande oportunidade, que é a bênção do segundo turno, de poder aprofundar os debates, de debater com profundidade as questões que interessam para o Brasil e resvalando para o velho embate e o vale-tudo eleitoral. A crítica pode ser feita, precisa ser feita, o que a gente não pode é ter um olhar apenas para o negativo, discutir idéias, discutir projetos, ter uma visão antecipatória do pais, é isso que falta. E eu acho que o perfil gerencial dos dois não consegue tirá-los da caixinha de ficar discutindo número, tabela, ou então fazendo o embate”, disse.

“Lamentavelmente não é isso que está se refletindo nos debates [a apresentação de propostas], nos debates esses temas [como a educação] estão passando ao largo, por isso não é uma questão puramente declaratória, é algo que precisa ser internalizado do ponto de vista do compromisso e do aprofundamento das questões", lamentou Marina Silva.

A senadora se dirigiu para um almoço com o ex-primeiro ministro britânico depois da palestra. “Espero que possamos falar mais sobre educação”, disse

CNT/Sensus: Dilma lidera com 51,9% e Serra tem 36,7%

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, tem 51,9% das intenções de voto, ante 36,7% de seu adversário, o tucano José Serra, segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta manhã. A vantagem de Dilma para Serra aumentou de cinco pontos porcentuais da pesquisa anterior, na semana passada, para 15,2 pontos agora. No levantamento anterior, Dilma tinha 46,8% e Serra, 41,8%.

 Ao se considerar somente os votos válidos - o que exclui nulos e brancos e se redistribui os indecisos proporcionalmente, Dilma tem 58,6% e Serra, 41,4%. A rejeição à candidata petista caiu de 35,2% da pesquisa anterior para 32,5%. Já a rejeição a Serra subiu de 39,8% para 43%.

O levantamento, com margem de erro de 2,2 pontos porcentuais, foi feito com dois mil eleitores, entre os dias 23 e 25 de outubro, em 136 municípios e foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 37609/2010.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dilma e Serra participam de debate eleitoral na TV

Os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) participaram na noite desta segunda-feira (25) de mais um debate deste segundo turno das eleições. O encontro aconteceu em São Paulo e foi promovido pela TV Record.

O debate foi dividido em três blocos. No primeiro e no segundo bloco, cada candidato fez duas perguntas para o adversário. Quem pergunta tem direito a réplica e quem responde tem direito à tréplica. No terceiro bloco, cada candidato fez uma pergunta ao adversário. Na sequência, eles fizeram as considerações finais.

O debate, que durou cerca de 1h30 e abordou os seguintes temas: Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), obras na região Nordeste, internet banda larga, denúncias de corrupção, Prouni, projeto ficha limpa, saúde, exploração do petróleo do pré-sal, geração de empregos e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).


A primeira pergunta do debate foi feita por Dilma. Ela mencionou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e questionou Serra sobre as obras que o adversário propunha para a região Nordeste.

O tucano partiu para o ataque. Ele afirmou que o PAC é uma “lista de obras” e que apenas “1/7 do programa foi realizado até agora”. Serra citou como prioridades obras como a Ferrovia Transnordestina, projetos de irrigação, aeroportos e portos. Dilma rebateu afirmando que as obras propostas pelo candidato adversário estão na sua maioria em andamento. Ela citou refinarias de petróleo e ferrovias como exemplo. Serra rebateu dizendo que o governo federal colocou tudo numa lista e que muitas delas já foram definidas em governos anteriores.

Na sequência, os candidatos começaram debatendo sobre banda larga, mas as declarações partiram para as denúncias de corrupção. Tudo começou quando Serra destacou que Erenice Guerra estava por trás do Plano Nacional de Banda Larga, que na sua visão é ineficiente. A ex-ministra deixou o cargo em setembro em meio a um escândalo de suposto tráfico de influência realizado por seus familiares.

Dilma aproveitou a menção para lembrar que Erenice está sendo investigada e depôs na Polícia Federal nesta segunda-feira (25) e citou o ex-diretor de engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, cobrando do candidato do PSDB que o governo paulista realize investigações contra ele. Paulo Preto estava a frente de obras como o Rodoanel e seria suspeito de ter desviado R$ 4 milhões de contribuições para a campanha de Serra. O ex-diretor é investigado também pela Operação Castelo de Areia da Polícia Federal que investiga fraudes em licitações.

O tucano negou que tenha havido o desvio de recursos de campanha e tratou o tema como “invenção”. Ele afirmou que Paulo vem sendo investigado e rebateu destacando a proximidade de Dilma com Erenice. Serra citou ainda o diretor da Eletrobras Valter Cardeal, que seria próximo de Dilma, e destacou a acusação feita por um banco público alemão a Cardeal sobre fraude em um empréstimo. Dilma afirmou que é importante investigar corrupção e voltou a cobrar que se abram investigações contra Paulo Preto.


No segundo bloco, o tema que mais mobilizou os candidatos foi a exploração de petróleo na camada pré-sal. Serra puxou o tema questionando Dilma sobre 108 empresas privadas que teriam se beneficiado no governo Lula de concessões na área de petróleo, inclusive no pré-sal.

Dilma afirmou que antes do pré-sal o petróleo brasileiro era de baixa qualidade e em pequena quantidade. Por isso, segundo ela, é preciso mudar agora o modelo de concessão para partilha. Dilma afirmou que o PSDB vota contra o modelo de partilha no Congresso e, por isso, seria a favor de privatizar o pré-sal.

Serra afirmou que não há diferença entre o petróleo de antes e o atual. Ele afirmou que quem defende o modelo de concessão não poderia ser acusado de privatização porque o próprio governo do qual Dilma fez parte utilizou o modelo mais ainda que o anterior. Dilma reafirmou que há diferença entre os dois petróleos e que por isso é preciso agora alterar o modelo.

Os candidatos tiveram divergências também relativas à área de segurança pública. Serra defendeu a criação do Ministério de Segurança Pública e ironizou ao chamar os veículos aéreos não tripulados (Vants) defendidos por Dilma para patrulhar fronteiras como “disco voador”. A petista afirmou ser “tolice” ridicularizar a proposta e defendeu ainda o fortalecimento da Força Nacional de Segurança Pública.

No terceiro bloco, os candidatos trataram ainda da relação com o MST e a geração de empregos. Nas considerações finais, Dilma focou sua palavra para os eleitores do Nordeste. “Nunca mais o Nordeste, no que depender do meu governo, será tratado como região de segunda categoria”. A petista afirmou ainda que vai focar seu governo em cuidar das pessoas e se disse preparada para ser presidente.

Serra usou sua despedida para enfatizar a importância da eleição e pregar um governo de União. “Quero para o Brasil não intolerância dos punhos fechados, mas a fraternidade entre todos os brasileiros, quero união entre todos os estados, não o antagonismo”. O tucano defendeu ainda que o desenvolvimento alcance todas as regiões.

domingo, 24 de outubro de 2010

Dilma e coligação pedem direito de resposta em programa de Serra

Candidata contesta propaganda que a liga a ex-ministro José Dirceu.Programa do tucano diz que ‘votar na Dilma é votar no Zé Dirceu’.

imprimir A candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, e a coligação ‘Para o Brasil Seguir Mudando’ ingressaram neste domingo (24) no Tribunal Superior Eleitoral com um pedido de resposta dentro do programa de rádio do adversário José Serra (PSDB).


A coligação e sua candidata acusam a propaganda do tucano de usar mensagem ‘inverídica’, ao relacionar a candidatura de Dilma ao ex-ministro José Dirceu. O relator do caso é o ministro Joelson Dias. O G1 procurou o advogado da coligação de Serra e aguarda retorno.

A mensagem contestada pela petista diz que quem votar na Dilma estará votando em José Dirceu. “Eu tenho muita pena de quem não percebeu que votar na Dilma é votar no Zé Dirceu. Toque, toque, toque. Bate na madeira. Dilma e Zé Dirceu, nem de brincadeira”, diz a mensagem apresentada no programa do tucano.
 
Dilma e coligação afirmam que a mensagem veiculada, "além de sabidamente inverídica, macula a honradez das requerentes”. “Quando a propaganda afirma que votar em Dilma Rousseff é votar no ex-deputado José Dirceu, além de transmitir ao ouvinte fato sabidamente inverídico, distorce a verdade dos fatos de forma velhaca e ardilosa, atingindo de forma direta, o conceito, honra e imagem da candidata perante a população brasileira”, diz a defesa.

A defesa da petista ainda faz referência ao candidato a vice-presidente, Michel Temer, a quem, segundo os advogados, o voto em Dilma estaria relacionado: "Logo, em respeito ao princípio da unidade da chapa, votar na Dilma é votar no Michel Temer. José Dirceu sequer é candidato no pleito, nem poderia”.

TSE dá direito de resposta a Serra em programa eleitoral de Dilma

Ministro considerou uso da expressão 'caixa dois' ofensivo ao tucano.
Defesa de Dilma alegou que propaganda se baseou em reportagens.

imprimir O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Joelson Dias concedeu neste domingo (24) direito de resposta ao candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, no programa eleitoral da adversária petista, Dilma Rousseff, pelo uso da expressão “caixa dois”. O tempo de resposta será de um minuto no início do programa de rádio da coligação da candidata, “Para o Brasil Seguir Mudando”, em cada bloco do período matutino e vespertino.

O TSE já havia concedido a Serra o direito de se manifestar em oito inserções de Dilma na TV e em quatro no rádio porque as propagandas da petista apontavam a existência de um “suposto caixa dois na campanha tucana”. A expressão foi usada ao relacionar um suposto desvio de R$ 4 milhões da campanha de Serra noticiado pela mídia.
 
Após a concessão do direito de resposta nas inserções, uma nova propaganda de Dilma alterou a frase vetada por “suposto caixa dois na campanha de Serra”. Segundo o ministro Joelson Dias, a campanha tentou contornar a decisão judicial, mas tornou a ofensa ainda mais direta ao fazer, na propaganda, referência textual direta ao candidato tucano.

A defesa da coligação de Dilma alegou que apenas se baseou em matérias “amplamente” divulgadas nos meios de comunicação. No entanto, Joelson Dias considerou que além de abordar os fatos narrados pela mídia, a propaganda atribuiu ao candidato adversário, "ainda que indiretamente", a prática da ilegalidade, o que não era citado, segundo o ministro, nas reportagens.

Para Joelson Dias, houve na propaganda da petista “deturpação da notícia em mensagem ofensiva e inverídica”. "Não que o 'caixa dois' tenha ou não ocorrido, mas que, ao menos as manchetes e textos jornalísticos veiculados durante a propaganda não respaldam tal afirmação", disse o ministro.

Na TV, Serra critica Lula e Dilma; petista repete imagens

SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, criticou, na campanha de TV desta sexta-feira, a adversária, Dilma Rousseff (PT), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por duvidarem que ele tivesse sido atingido em tumulto durante campanha no Rio de Janeiro.

"O presidente da República pode apoiar quem quiser, é direito dele, como de qualquer cidadão. Mas não pode atropelar a lei, nem usar a máquina, nem deixar que a usem. Não pode misturar campanha com governo, e é exatamente isso que está acontecendo", disse Serra na TV.

A propaganda do tucano, que voltou a mostrar imagens da confusão, na qual Serra foi atingido por um objeto na cabeça, também trouxe declarações do médico que o atendeu após o incidente e lembrou de outras vezes em que houve tumulto entre militantes do PT e candidatos do PSDB.

"Não vamos nos intimidar. Quanto mais tentarem nos impedir de andar na rua, de fazer campanha, mais nós vamos insistir", afirmou o candidato, acrescentando que "tentar impedir o adversário de andar na rua como fez o PT é inaceitável".

Serra criticou as declarações feitas pelo presidente na véspera, nas quais acusou o tucano de mentir ao tentar simular a agressão.

A propaganda de Serra também mostrou trechos de uma reportagem veiculada na véspera pelo Jornal Nacional, da TV Globo, que traz declarações do perito Ricardo Molina afirmando que, além de ter sido atingido pelo que parece ser uma bolinha de papel, Serra recebeu um segundo objeto na cabeça durante a confusão.

Imagens do tumulto ocorrido com Serra no Rio também estiveram na propaganda de Dilma, pela segunda vez. Um locutor voltou a acusar Serra de "teatro" usando trechos de imagens do SBT que mostra o objeto parecido com uma bolinha de papel atingindo Serra e sugere que o tucano simulou a agressão.

A propaganda da petista também voltou a bater na tecla de que, se eleito, Serra privatizará a Petrobras e o petróleo da camada pré-sal e trouxe declarações de Lula endossando essas afirmações.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

TSE libera acesso à pesquisa Vox Populi para PSDB


O ministro Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acatou na tarde de hoje pedido impetrado pela coligação 'O Brasil Pode Mais', do presidenciável José Serra (PSDB), e concedeu o acesso a planilhas e relatórios da mais recente pesquisa Vox Populi de intenções de voto, divulgada na terça-feira, 19.

A mostra, encomendada pelo portal iG, apontou a candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, 12 pontos porcentuais à frente de Serra neste segundo turno. O resultado foi criticado pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra, que questionou a validade da pesquisa e a credibilidade do instituto. A ascensão da petista, no entanto, foi confirmada por sondagens divulgadas pelo Ibope e pelo Datafolha no decorrer desta semana.

A decisão do ministro é baseada na Resolução nº 23.190 do TSE, segundo a qual os partidos políticos podem ter acesso ao sistema interno de controle, verificação e fiscalização da coleta de dados de empresas que divulgam pesquisas de intenção de voto. O acesso às informações é permitido mediante a apresentação de pedido ao TSE.

No despacho, o ministro destacou que a coligação poderá ter acesso ao modelo do questionário aplicado na pesquisa e à sua metodologia. A Lei Eleitoral nº 9.504/97 estipula um limite de 30 dias para que essas informações sejam disponibilizadas ao solicitante. O Vox Populi ainda pode recorrer ao TSE contra a decisão. Mas, caso o instituto não cumpra a decisão, ou lance mão de algum ato que retarde o acesso dos dados ao partido, está sujeito a arcar com multa que pode variar de R$ 10.641 a R$ 21.282.

Não é a primeira vez que o PSDB ingressa na Justiça Eleitoral para ter o acesso a dados de uma pesquisa de intenções de voto. Em abril, o TSE liberou à sigla planilhas e relatórios de mostra realizada pelo instituto Sensus. A pesquisa apontou, na época, empate técnico entre os então pré-candidatos do PT e PSDB na disputa eleitoral, o que representava crescimento da petista em relação às pesquisas anteriores. Após auditoria interna, na sede do Sensus, os tucanos não encontraram irregularidades no levantamento.

Dilma tem 56% dos votos válidos, e Serra, 44%, aponta o Datafolha

O Datafolha divulgou na madrugada desta sexta-feira (22) nova pesquisa presidencial no segundo turno das eleições deste ano. Segundo o instituto, a candidata do PT, Dilma Rousseff, tem 56% dos votos válidos (que excluem brancos, nulos e indecisos), e o candidato do PSDB, José Serra, 44%.


A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Isso significa que Dilma pode ter de 54% a 58%, e Serra, de 42% a 46%.

Na primeira pesquisa realizada pelo Datafolha no segundo turno, divulgada no último dia 10, Dilma registrou 54% dos votos válidos contra 46% de Serra. Na segunda pesquisa realizada pelo instituto, divulgada no último dia 15, os números se repetiram: Dilma também registrou 54% dos votos válidos, e Serra, 46%.

A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal “Folha de S.Paulo” e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 36.535/2010. O Datafolha fez 4.037 entrevistas na quinta-feira (21) em 243 cidades.
Votos totais

Considerando-se os votos totais (que incluem brancos, nulos e indecisos), a petista tem 50%, e o tucano, 40%. Brancos e nulos somam 4%, e 6% disseram não saber em quem votar. Na pesquisa anterior, Dilma registrou 47%, e Serra, 41%. Brancos e nulos somaram 4%, e indecisos, 8%.

Líderes evangélicos batem boca na web sobre apoio a candidatos

O bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, e o pastor Silas Malafaia, da Associação Vitória em Cristo, protagonizaram nesta semana um bate-boca virtual sobre o posicionamento político das duas denominações evangélicas. O duelo mexeu com os ânimos de fiéis na internet.

 Em seu blog, o bispo Macedo, que apoia Dilma Rousseff (PT) e comanda cerca de 6 milhões de seguidores, acusou Malafaia de se deixar enganar por um 'profeta velho' ao declarar voto em José Serra (PSDB). O 'engano' de Malafaia, afirmou o bispo, tem relação com o posicionamento do candidato em dois temas críticos entre os evangélicos: união civil de homossexuais e aborto.

Para questionar Malafaia, Macedo mencionou o fato de o tucano ter declarado não se opor à união civil de homossexuais e a um relato não confirmado de que Monica Serra, mulher do presidenciável, teria feito um aborto - versão que o candidato nega com veemência.

'Agora ficam as perguntas: o que fez o pastor Malafaia mudar de lado? Ele vai continuar apoiando o Serra? Diante desse cenário, temos de lembrar o que aconteceu com o homem de Deus (I Reis 13) que seguia o seu caminho e foi levado à morte, enganado pelo profeta velho, porque não guardou a sua fé', afirmou.

Malafaia, em dois vídeos postados no YouTube, que ao todo somam 23 minutos, retruca o bispo também citando passagem bíblica. 'Até o tolo quando se cala se passa por sábio. Edir Macedo perdeu uma oportunidade fenomenal de ficar calado, mas como falou é pior do que tolo', afirmou Malafaia.

O pastor enumerou 'cinco mentiras e duas insinuações maldosas' de Macedo no texto publicado e o classificou como 'teologicamente ignorante'. 'Eu tenho pena de você, rapaz. Eu entendo por que você defende Dilma. É porque você defende aborto, essa nojeira', disse.

Segundo Malafaia, entre as 'mentiras' de Macedo está o fato de que tanto Dilma como Serra não se opõem à união civil homossexual. Ele acusa o bispo por usar calúnia e difamação por citar Monica Serra.

Embate

SILAS MALAFAIA
ASSOCIAÇÃO VITÓRIA EM CRISTO

'Até o tolo quando se cala se passa por sábio. Edir Macedo perdeu uma oportunidade fenomenal de ficar calado, mas como falou é pior do que tolo'

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

CNT/Sensus: Dilma tem 46,8% e Serra, 41,8%

A pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje mostra que a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) tem 46,8% das intenções de voto (52,8% dos válidos) e seu adversário, José Serra (PSDB), aparece com 41,8% (47,2% dos votos válidos). Os votos brancos e nulos somaram 4,1%, e não souberam responder 7,2%. O levantamento foi feito nos dias 18 e 19 de outubro com 2 mil entrevistados em 136 municípios de 24 Estados. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais.

Na pesquisa espontânea, a petista lidera com 45,3%. Serra tem 40,6% na mesma avaliação. Na sondagem anterior, realizada semana passada, Dilma tinha 44,5% das intenções espontâneas e José Serra, 40,4%. Um total de 4,1% dos entrevistados disseram que vão votar em branco ou nulo e 9,5% não souberam responder.

A sondagem perguntou ainda qual seria o único candidato que o eleitor votaria. Para 44,7%, Dilma é a única candidata em quem votariam; para 15,5%, a candidata na qual poderiam votar; e para 35,2%, não votariam de jeito nenhum. Para 35,8% José Serra é o único candidato em quem votariam; para 20,6%, é o candidato no qual poderiam votar; e para 39,8%, não votariam de jeito nenhum. A sondagem foi protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 36.192/2010.

Em SP, Dilma repudia agressão contra Serra

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, repudiou a agressão ao adversário José Serra (PSDB) e recomendou à militância do PT que não aceite provocações. 'Não aceito campanha manipuladora nem violência', disse hoje à tarde, no heliponto de uma empresa de Ferraz de Vasconcelos, município da região metropolitana de São Paulo. 'Quero fazer um apelo à militância do PT. Peço aqui que a militância se paute pelo princípio da fraternidade, da solidariedade e que, sobretudo, faça dessa campanha um ato de amor.'

Dilma afirmou que a militância deve dar o exemplo e evitar manifestações como a ocorrida hoje envolvendo Serra, atingido na cabeça por um objeto durante caminhada em Campo Grande, bairro do Rio de Janeiro, quando houve tumulto entre cabos eleitorais tucanos e militantes petistas.

'Quero dizer a vocês, mais uma vez, que lamento o ocorrido', disse a petista. 'Da minha parte, podem ter certeza, que pautarei todos os meus atos. Não faço campanha do submundo, não divulgo panfletos apócrifos e não divulgo mentiras.'

Em nota, PF diz que não há provas de uso de dados da Receita em campanha eleitoral



A Polícia Federal divulgou nota nesta quarta-feira, 20, sobre as investigações para apurar quebra de sigilo de dados da Receita Federal. Após 120 dias de investigação, com depoimentos de 37 pessoas e diversas diligências, sete pessoas foram indiciadas. Além disso, a investigação identificou que a quebra de sigilo ocorreu entre setembro e outubro de 2009 e envolveu servidores da Receita Federal, despachantes e clientes que encomendavam os dados, entre eles, o jornalista Amaury Ribeiro Júnior.

Entre as provas colhidas estão as de que o jornalista utilizou os serviços de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas desde o final de 2008 no interesse de investigações próprias. Esses dados violados foram utilizados para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política, segundo a nota. O inquérito policial encontra-se em sua fase final e, depois de concluídas as diligências, será encaminhado à 12ª Vara Federal do Distrito Federal, segundo a PF.

Veja a íntegra da nota:

'Sobre as investigações para apurar suposta quebra de sigilo de dados da Receita Federal, a Polícia Federal esclarece que:

1- O fato motivador da instauração de inquérito nesta instituição, quebra de sigilo fiscal, já está esclarecido e os responsáveis identificados. O inquérito policial encontra-se em sua fase final e, depois de concluídas as diligências, será encaminhado à 12ª Vara Federal do Distrito Federal;

2- Em 120 dias de investigação, foram realizadas diversas diligências e ouvidas 37 pessoas em mais de 50 depoimentos, que resultaram, até o momento, em 7 indiciamentos;

3- A investigação identificou que a quebra de sigilo ocorreu entre setembro e outubro de 2009 e envolveu servidores da Receita Federal, despachantes e clientes que encomendavam os dados, entre eles um jornalista;

 4- As provas colhidas apontam que o jornalista utilizou os serviços de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas desde o final de 2008 no interesse de investigações próprias;

 5- Os dados violados foram utilizados para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política;

 6- A Polícia Federal refuta qualquer tentativa de utilização de seu trabalho para fins eleitoreiros com distorção de fatos ou atribuindo a esta instituição conclusões que não correspondam aos dados da investigação'.

POLÍTICA LOCAL.(HUMOR)

                     Prefeito de Estância Velha,volta das férias.  
                                                   
     

Jornalista ligado à campanha de Dilma confessa violação de sigilo de tucanos

BRASÍLIA - A investigação da Polícia Federal aponta que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. encomendou a quebra dos sigilos fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha de José Serra, Verônica, do genro dele, Alexandre Bourgeois, e de outros tucanos entre setembro e outubro de 2009. De acordo com a PF, na época, o jornalista trabalhava no jornal Estado de Minas, que teria custeado as viagens dele a São Paulo para buscar os documentos.

O jornalista participou do grupo de inteligência da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) em 2010, quando não tinha mais vínculo com o jornal mineiro. Esteve, inclusive, numa reunião em abril com a coordenação de comunicação da campanha petista para discutir a elaboração de um dossiê contra os tucanos.

Em depoimento que durou 13 horas na semana passada, Amaury confirmou que pagou R$ 12 mil ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia, que trabalha em São Paulo. Mas não contou de onde saiu o dinheiro. Amaury disse à PF que decidiu fazer a investigação depois de descobrir que o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria comandando um grupo de espionagem a serviço de José Serra para devassar a vida do ex-governador Aécio Neves. Ele afirmou que deixou o jornal no final de 2009, mas deixou um relatório completo de toda a apuração, levando uma cópia consigo para futura publicação de um livro. Na sua versão, a inteligência do PT teria tomado conhecimento do conteúdo de sua investigação e o convidou para trabalhar na equipe de campanha de Dilma.

 No ano passado, encomenda de Amaury foi repassada pelo despachante Dirceu Rodrigues Garcia ao office-boy Ademir Cabral, que pediu ajuda do contador Antonio Carlos Atella. Este último usou uma procuração falsa para violar os sigilos fiscais de Verônica Serra e seu marido, Alexandre Bourgeois, numa agência da Receita Federal em Santo André. Por conta da confissão, Amaury pode ser indiciado por corrupção ativa e co-autoria da violação do sigilo fiscal.

 Depois de deixar o emprego no jornal, ele participou de uma reunião em abril com integrantes da pré-campanha de Dilma. Presente ao encontro, ocorrido num restaurante em Brasília, o delegado Onésimo de Souza afirmou à polícia que foi chamado para cuidar da segurança do escritório do jornalista Luiz Lanzetta, responsável até então pela coordenação de comunicação da campanha de Dilma. Lanzetta deixou a campanha em junho após a revelação do caso.

 Amaury confirmou que durante o período em que ficou em Brasília, em abril de 2010, negociando com a equipe da pré-campanha de Dilma, a despesa do flat onde ficou hospedado foi pago por 'uma pessoa do PT', ligada à candidatura governista. A PF já fechou praticamente todo o caso. Resta saber agora de onde saíram os R$ 12 mil e quem é a pessoa do PT que pagou a hospedagem do jornalista.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dilma minimiza declarações de Ciro contra PMDB

A candidata do PT à Presidência, Dilma Roussef, disse hoje discordar das afirmações feitas no passado pelo deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que classificou o PMDB como um 'ajuntamento de assaltantes'. Pouco antes de participar de um comício em Goiânia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma tentou amenizar o mal-estar entre o PMDB e Ciro. 'Às vezes a pessoa exagera um pouco na fala. Não vamos criar um caso pelo que passou, até porque estamos em um outro momento', afirmou a candidata do PT.

Atualmente um dos coordenadores da campanha de Dilma, Ciro chegou a dizer que o candidato a vice-presidente na chapa petista, Michel Temer (PMDB-SP), era o chefe de uma 'turma de pouco escrúpulo'. Dilma defendeu Temer e afirmou que Ciro estava 'magoado' quando fez as declarações porque teve de abdicar de sua candidatura à Presidência. 'Tenho um vice que é motivo de orgulho. Se eu for eleita e se tiver que me afastar do governo, fico tranquila.'

Dilma negou que esteve escondendo Temer dos comícios e da propaganda eleitoral de TV e disse não ter problemas com o PMDB. 'Espero que o Temer apareça nas próximas propagandas', afirmou a petista, ao lado do ex-prefeito da capital goiana, Iris Rezende, hoje candidato do PMDB ao governo do Estado.

Depois do embate com os religiosos por causa da polêmica do aborto, Dilma tem insistido em pronunciar o nome de Deus toda vez que se refere à sua expectativa de vencer a eleição. Hoje não foi diferente. 'Se graças a Deus eu for eleita no dia 31, um dos meus compromissos será a criação de emprego', prometeu a candidata do PT.

 Tropa de Elite

Questionada sobre processo aberto contra ela durante o regime militar, Dilma disse que os arquivos estão disponíveis na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 'Estão criando celeuma onde não existe. Não tenho qualquer problema com essa questão', disse.

Dilma também foi indagada sobre a nota do diretor do filme 'Tropa de Elite 2', José Padilha, negando hoje ter assinado manifesto de apoio de intelectuais em apoio à candidatura da petista. Ela disse não ter pedido a adesão de ninguém. 'Se ele não quer assinar, perfeitamente. Ele tem todo o direito de não assinar.'

PT pede investigação de blog que ataca Igreja

O Diretório Estadual do PT fez hoje representações à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público - além de registrar boletim de ocorrência na polícia - para que seja investigado o blog 'Onda Vermelha - PT +20 Anos no Poder', o qual faz ataques à Igreja Católica em nome do partido. Em uma nota divulgada hoje, o presidente do PT paulista, deputado estadual eleito Edinho Silva, afirma que o blog é falso, não representa a posição do partido e informa que a assessoria jurídica da campanha de Dilma Rousseff (PT) foi acionada para tomar medidas judiciais.

Com o título 'A igreja é contra o PT, vamos combatê-la!', a mensagem foi postada ontem no endereço eletrônico http://pt20anos.wordpress.com , e disseminada por meio de e-mails hoje. O blog, que não tem informações sobre o seu autor, defende a intervenção do estado na Igreja Católica e cita uma suposta perda de poder do arcebispo emérito de São Paulo D. Paulo Evaristo Arns sobre outros bispos. 'Está claro que D. Paulo já não tem mais a capacidade de liderar sua Igreja, e uma intervenção se mostra cada vez mais necessária', informa.

O blog aponta que 'a direita reacionária usa aquela mesma parcela da Igreja Católica que apoiou o golpe de 64 para espalhar boatos sobre as posições do nosso partido e de nossa candidata', numa referência às críticas feitas por alguns católicos a Dilma, por meio de panfletos. 'Não iremos nos calar diante de calúnias ditas por padres suspeitos de servir a interesses escusos de nossos adversários', completa o texto.

O texto vai além e defende que a 'Igreja é que deve se submeter ao Estado, e não o contrário' e cobra postura pelo 'estado laico', ou seja, sem pregar religião. No entanto, o blog conclama uma posição semelhante a adotada pelo presidente venezuelano Hugo Chávez. 'Este caminho já foi traçado pelo companheiro Hugo Chávez na Venezuela: depois de sofrer uma campanha sórdida como a que estamos sofrendo agora, decretou a laicidade do Estado, e agora é o governo venezuelano que controla sua própria Igreja', completou.

O texto pede ainda que o comando do partido 'dito moderado' seja pressionado para que defenda 'os valores que historicamente são bandeiras do PT' e defende a liberdade religiosa, 'desde que a fé não seja usada como instrumento de dominação da vontade do povo por parte do Vaticano, como vemos acontecer desde as Cruzadas'. Por fim, o texto pede que 'lideranças progressistas, como Leonardo Boff, ganhem espaço na hierarquia católica' e indaga: 'Do que a Igreja Católica tem tanto medo? Será da nossa proposta de incluir padres na CPI da Pedofilia?'.

No JN, Serra nega desvio de dinheiro em campanha


O candidato do PSDB à sucessão presidencial, José Serra, negou hoje (19) que tenha havido desvio de dinheiro em sua campanha e acusou o PT de trazer o assunto com o intuito de 'nivelar todo mundo'. Em entrevista ao 'Jornal Nacional', da Rede Globo, o tucano afirmou que saberia e, que teria sido vítima, caso o engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, tivesse desviado R$ 4 milhões arrecadados para a campanha do PSDB.

'O fato é que não houve o essencial, que é o desvio de dinheiro da minha campanha, porque eu saberia', afirmou o tucano. 'Em todo o caso, nós seríamos a vítima.' As denúncias de que o engenheiro teria desviado dinheiro para um suposto caixa 2 da campanha tucana foi publicada em reportagem da revista 'IstoÉ'. O ex-diretor da Dersa é investigado pela Polícia Federal (PF) na operação Castelo de Areia.

'O assunto volta, posto inclusive pelo PT, porque o que eles gostam de fazer é vir com ataques para nivelar todo mundo, como os escândalos da Casa Civil', criticou o tucano, em referência às denúncias de tráfico de influência que envolvem a ex-ministra Erenice Guerra. 'Eu não tenho nenhum chefe da Casa Civil que aprontou tudo o que a Erenice aprontou', provocou o candidato.

 Serra negou ainda que tivesse conhecimento de que Tatiana Arana Souza Cremonini, contratada como assistente técnica no governo de São Paulo, era filha do ex-diretor da Dersa. 'Essa menina foi contratada, eu nem conhecia, para trabalhar no cerimonial', alegou Serra. 'Eu só vim a saber que ela era a filha de um diretor de empresa muito depois.'

O candidato do PSDB negou ainda que sua campanha tenha explorado o tema do aborto na disputa eleitoral. O candidato argumentou que o assunto surgiu não pela questão em si, mas pelo fato de a candidata do PT, Dilma Rousseff, ter mudado sua posição sobre o tema. 'Eu sempre manifestei que sou contra a mudança da legislação sobre o aborto, eu nunca explorei a posição dela. Só que ela disse uma coisa e depois disse outra', afirmou.

 Perguntado sobre o motivo de ter exaltado, nos últimos dias, a sua religiosidade, o candidato refutou que tenha adotado um discurso artificial. Serra alegou que sempre visitou igrejas durante a campanha e reafirmou ser católico. 'Eu sou uma pessoa religiosa, não tem nada de forçado nesse sentido.' De acordo com Serra, foi sua adversária, Dilma, que passou a visitar igrejas.

Perguntado, o candidato do PSDB explicou que pretende cortar cargos de confiança do governo federal, diminuir o investimento em subsídios que não sejam prioritários e reduzir o desvio de dinheiro público para viabilizar o aumento do salário mínimo para R$ 600, uma de suas principais promessas de campanha.

No Rio, Serra afirma que Vox Populi não tem credibilidade

José Serra, durante campanha no Rio, afirmou que Vox Populi maquia resultados

O candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, afirmou, na tarde desta terça-feira (19), que não acredita na pesquisa divulgada pelo instituto Vox Populi nesta manhã. Segundo o tucano, que deu uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro ao lado de Fernando Gabeira (PV), o instituto não é de confiança e maquiou os resultados durante todo o primeiro turno. "Não levo em consideração pela comprovada falta de credibilidade do instituto que maquiou os resultados do primeiro turno inteiro", afirmou.

 
De acordo com a pesquisa, a candidata petista, Dilma Rousseff, aparece na liderança da corrida presidencial com 51% das intenções de voto contra 39% de Serra. No novo levantamento, os votos brancos e nulos somam 6%, enquanto 4% não souberam ou não opinaram. A margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto percentual.

Durante a entrevista, Serra frisou aos jornalistas que queria falar no encontro desta tarde sobre propostas para o Estado do Rio de Janeiro, em detrimento dos assuntos de campanha. Do prédio comercial no qual deu a coletiva, o candidato à presidência foi aos estúdios da Rede Globo, onde concederá uma entrevista para o Jornal Nacional.

Guerra chama pesquisa do Vox Populi de 'sem-vergonha'

No dia em que uma nova rodada da Pesquisa Vox Populi apontou 12 pontos de vantagem da petista Dilma Rousseff sobre o candidato tucano José Serra, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, acusou a instituição de trabalhar para o governo e para o PT. Em entrevista à imprensa nesta manhã em São Paulo, o dirigente chamou o levantamento divulgado hoje 'de pesquisa sem-vergonha' e afirmou que o instituto promove uma 'poderosa' ação combinada para interferir na intenção de voto.

De acordo com Guerra, o erro do instituto de pesquisa no primeiro turno (que indicava a vitória de Dilma Rousseff em 3 de outubro) prova que houve uma manipulação dos dados. 'Não dá para acreditar que foi um erro. Foi uma safadeza, uma falta de respeito pelas instituições brasileiras', acusou.

Segundo o dirigente, institutos de pesquisa, como Vox Populi, fizeram um trabalho sistemático contra as campanhas dos aliados do PSDB no primeiro turno e repetem a estratégia do que ele chamou 'de nova conspiração.' Para ele, os 'institutos de pesquisa se tornaram campanhas eleitorais.' A preocupação do partido, enfatizou Guerra, é que a repercussão das pesquisas na imprensa interfira na escolha dos eleitores e afete o ânimo dos militantes. 'É uma ação irresponsável e leviana de uma instituição que não tem neutralidade', afirmou.

Guerra afirmou que o partido não pretende entrar com uma ação judicial para impedir a divulgação de novas pesquisas do instituto Vox Populi, embora tenha alegado que a repercussão desse tipo de pesquisa deixa a democracia brasileira comprometida. 'Não dá para aceitar calado que uma instituição como essa, que trabalha para o governo, que faz a campanha do governo, do PT, atue impunemente', disse. No final, o tucano mandou um recado para o presidente do instituto: 'Marcos Coimbra não vai eleger o presidente da República, ele não é o povo', afirmou.

Dilma tem 12 pontos de vantagem sobre Serra, aponta Vox Populi


SÃO PAULO (Reuters) - A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tem 51 por cento das intenções de voto, contra 39 por cento de seu adversário, José Serra (PSDB), segundo pesquisa Vox Populi divulgada nesta terça-feira pelo portal IG.

 
De acordo com o Vox Populi, 4 por cento dos entrevistados se declararam indecisos.

Na pesquisa anterior do instituto, realizada nos dias 10 e 11 de outubro, Dilma tinha 48 por cento, contra 40 por cento de Serra. Os indecisos somavam 6 por cento.

Se considerados somente os votos válidos --que excluem os brancos, nulos e indecisos-- Dilma tem 57 por cento, contra 43 por cento de Serra. Na sondagem anterior, a petista aparecia com 54 por cento dos válidos, ante 46 por cento do tucano.

O levantamento do Vox Populi analisou ainda o voto religioso. Conforme o instituto, Serra tem 44 por cento das intenções de voto entre o eleitorado evangélico, ante 42 por cento de Dilma. Entre os entrevistados que se declararam ateus, Dilma tem 49 por cento, ante 36 por cento de Serra.

Dilma também aparece à frente de Serra entre os eleitores que se disseram católicos praticantes (54 contra 37 por cento) e não praticantes (55 contra 37 por cento).

O voto religioso foi apontado como um dos fatores que impediram a vitória de Dilma já no primeiro turno da eleição presidencial em 3 de outubro.

O motivo seria uma rejeição dessa classe do eleitorado à suposta posição de Dilma favorável à descriminalização do aborto. Pressionada por setores religiosos, Dilma assinou uma carta na semana passada se comprometendo a não alterar a legislação existente sobre o aborto.

Segundo o Vox Populi, 89 por cento dos entrevistados declararam estarem decididos sobre em quem votarão no dia 31 de outubro, enquanto 9 por cento afirmaram que ainda podem trocar de candidato. A consolidação é maior entre os eleitores de Dilma, 93 por cento, enquanto entre os de Serra 89 por cento estão decididos.

A pesquisa, realizada entre os dias 15 e 17 de outubro, tem margem de erro de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos. O instituto ouviu 3 mil pessoas para o levantamento.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Presidente do PV no Paraná declara apoio a Dilma

Direto de Curitiba


O presidente do PV no Paraná, Antonio Jorge Melo Viana, declarou voto para Dilma Rousseff, presidenciável do PT, apesar da decisão de neutralidade no segundo turno que foi tirada na convenção nacional do PV no último domingo (17). Aliado do PT e do PMDB, partidos que formam a base da coligação de Dilma no Estado, Viana disse que baseou sua decisão na coerência.

 "Temos uma história de luta de 24 anos e sempre em uma posição de esquerda. O PV do Paraná nunca se aliou ao PFL ou ao PSDB. Entre o projeto do governo atual e o projeto neoliberal anterior, ficamos com o atual. Se alguém me apontar um brasileiro que esteja vivendo em piores condições do que há 8 anos, talvez eu mude de opinião", justifica Melo Viana, que foi secretário do governo de Roberto Requião (PMDB) no Paraná.

Enquanto o presidente do PV no Paraná anunciou o voto em Dilma, Paulo Salamuni, ex-candidato do partido ao governo do Estado se declarou neutro no processo. Salamuni, que obteve 1,4% dos votos na eleição estadual, disse que coerente é não apoiar nenhum dos candidatos.

"Minha posição acompanha a da Marina (Silva). Fizemos uma belíssima votação e o partido já fala em um projeto para 2014. Então, não teria sentido abraçar essa ou aquela candidatura. Seria como negar oficialmente que havia uma alternativa, uma terceira via, uma outra proposta", defendeu.

Evento pró-Serra em SP desrespeita decisão da convenção do PV


O presidente municipal do PV, Carlos Camacho, trajando o broche que, segundo ele, não é um símbolo do partido

Direto de São Paulo


O evento pró-Serra organizado por membros do PV nesta segunda-feira (18) desrespeitou o que foi decidido na convenção nacional do partido no último domingo (17). Na ocasião, foi explicitado que os filiados que discordassem da posição oficial da legenda - independência em relação ao segundo turno da disputa presidencial - poderiam manifestar sua posição desde que não se utilizassem de instrumentos do partido para isso.

 Nesta categoria se enquadram camisetas, bandeiras, adesivos e broches do PV. No entanto, os verdes não se sentiram inibidos pelas novas determinações e organizaram um evento na casa onde funcionava o comitê de campanha de Fabio Feldmann, ex-candidato do PV ao governo de São Paulo e ex-integrante do PSDB. Dentre os presentes no evento que oficializou o apoio de Feldmann e Fernando Gabeira - candidato derrotado na disputa pelo governo do Rio de Janeiro - a Serra, ao menos 15 pessoas traziam, eu suas lapelas ou golas, broches com o emblema do PV.

 Um desses verdes era o presidente municipal do partdo na capital paulista, Carlos Camacho. Quando questionado se não estaria contrariando a decisão da convenção, ele disse: "isso em latim significa 'eu sou o caminho, a verdade e a vida'".

 Como ele trazia dois broches em seu paletó, a reportagem explicou que estava se referindo especificamente àquele que trazia o símbolo do Partido Verde, uma letra "v" estilizada. Camacho manteve sua explicação ainda assim: "isso aqui é 'vita, verita e via', que em latim significa caminho, verdade e vida".

 O Terra conseguiu outras respostas para a "ousadia" dos filiados que não tiveram o mesmo grau de erudição de Camacho, mas que são tão inusitadas quanto. Carlos Camargo, também conhecido como Cacá do PV, supervisor na subprefeitura da Lapa, disse que não estava indo contra a deliberação da convenção já que o broche que trazia "é um instrumento do partido, mas está na minha roupa, então é pessoal".

 Já o vice-prefeito de Angatuba, município do interior de São Paulo, Pedro das Dores Hergesel, vulgo Pedro Saci, alegou desconhecer a proibição. "Para mim ninguém falou nada, estou aguardando a chegada da turma do partido pra ver isso".

 Os pronunciamentos dos verdes no decorrer do encontro saudavam - invariavelmente - as "lideranças do PV" ali presentes, o que também contraria o definido pelo PV. Ao final da convenção de domingo, o vice-presidente da sigla, Alfredo Sirkis, havia dito que as pessoas não poderiam se apresentar como representantes do PV. A manifestação deveria ser feita de maneira individual. "A mensagem deve ser: sou fulando de tal, jornalista, ou economista, sem mencionar o qualitativo partidário", explicou Sirkis.

Dilma cobra apuração de vínculo dos panfletos difamatórios

Direto do Rio de Janeiro


A apreensão de um milhão de panfletos contrários à Dilma Rousseff (PT), numa gráfica paulista pertencente a uma filiada ao PSDB, Arlety Satiko Kobayashi, tem mobilizado a cúpula petista para dissipar os ataques religiosos à campanha. Numa coletiva à imprensa, no Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira (18), Dilma cobrou a investigação do financiamento dos panfletos, que trazem a mensagem da regional Sul I da CNBB, com a recomendação de que os eleitores não votem em candidatos favoráveis ao aborto.

"Eu lamento profundamente o uso desses métodos. Até porque, a legislação eleitoral proíbe e configura crime eleitoral esse tipo de prática. Vai ser investigada, e se se caracterizar ligações com o PSDB, eu acho que é lamentável que isso tenha acontecido", afirmou Dilma. A petista se refere ao fato de a irmã de Sérgio Kobayshi, coordenador de infraestrutura da campanha de José Serra, ser uma das sócias da gráfica.

"Eu acho que houve nessa campanha um processo que a gente deve repudiar. Um processo de publicação de materiais que não tem autoria, com um conteúdo que instaura o ódio, um clima contrário à nossa cultura, aos nossos usos e costumes", acrescentou a candidata, que realiza, nesta segunda, uma entrevista no Jornal Nacional e um encontro com artistas e intelectuais em apoio a sua candidatura.

 
Nesta segunda, em São Paulo, o coordenador jurídico de Dilma, José Eduardo Cardozo, apontou indícios de que há digitais do PSDB na campanha subterrânea e cobrou a investigação da Polícia Federal. "É um desrespeito à inteligência da sociedade esses panfletos terem sido rodados lá. A Arlete é irmã de um dos coordenadores do Serra. A campanha dele tem uma resposta a ser dada. Queremos saber quem financiou, quem pagou. Cabe à Polícia Federal e à Justiça Eleitoral investigar", disse Cardozo, numa coletiva.

 
No Rio, Dilma reeditou o tom do debate na Rede TV! e suspeitou das intenções do seu adversário, José Serra (PSDB), em relação ao pré-sal. "Sou contra a privatização do pré-sal. Seja o que diga meu adversário, o fato é que o PSDB votou contra o modelo de partilha", criticou a petista. "Estamos naquela fase em que bezerra está estranhando vaca, e vice-versa, vaca estranhando bezerro. Apesar de negarem que ali é uma personagem importante (David Zylberstajn), foi assim que vocês, jornalistas, o apresentaram (como assessor de Serra na área de energia) quando ele deu uma entrevista sobre privatização do que ele considera que deve ser a forma de exploração do pré-sal", concluiu.

Serra vai um pouco melhor que Dilma em debate morno



Pesquisa qualitativa feita durante o debate da RedeTV! mostrou que, para eleitores indecisos paulistanos, José Serra (PSDB) foi um pouco melhor do que Dilma Rousseff (PT): ele manteve uma média mais alta, embora não muito, durante o confronto, foi melhor em mais blocos e, ao final, virou mais votos a seu favor.

Os resultados não podem ser extrapolados para todo o eleitorado brasileiro. Serve como indicativo dos pontos altos e baixos das falas dos presidenciávels. E dá pistas de quem foi melhor ou pior.

Numa escala que vai de 0 a 100 e 50 é o ponto de partida dos eleitores, Dilma e Serra nunca ficaram abaixo de 40, na média, nem ultrapassaram 75. O tucano passou mais tempo entre 60 e 70, enquanto a petista ficou mais vezes entre 50 e 60.

Ambos bateram em 75, mas Serra o fez mais vezes. Dilma chegou a 40, logo no primeiro bloco, ao enrolar-se em uma resposta sobre educação. Serra nunca teve menos do que 45.

O melhor momento do tucano foi quando falou de como o crack virou uma epidemia. Dilma foi melhor quando disse que o rival queria acabar com o Pro-Uni. Serra teve seu pior momento ao responder à pergunta sobre denúncias contra um membro de sua campanha, Paulo Preto, mas saiu melhor do que entrou na resposta, principalmente quando disse que o apelido dado a Paulo era racista.

Fazer pesquisa qualitativa em uma eleição é sempre difícil, especialmente em um pleito tão polarizado. Dos 27 participantes, 22 se declararam indecisos antes de o debate começar, 2 votaram em Serra e outros 2 em Dilma.

Esse teste é feito sempre, para confirmar que há equilíbrio na amostra e que a maioria está, de fato, indecisa. Como o teste mostrou, 4 eleitores mudaram de opinião entre a seleção e o início da pesquisa.

Uma das razões disso é que o indeciso é mais um eleitor io-iô (apud Memélia Moreira), que vaivém de um candidato para outro, do que alguém que não faz a mínima ideia de em quem vai votar. Ele pode ter mais simpatia por um dos candidatos, mas não está decidido a votar nele. Tem dúvidas.

Isso fica claro no voto de seis dos participantes da pesquisa. Ao final de cada um dos cinco blocos, eles votaram sempre da mesma maneira: favoravelmente a Serra e contrariamente a Dilma. Haviam se declarado indecisos antes da pesquisa. Ao final, votaram em Serra.

Considerando-se a proporção em que os eleitores de Marina Silva (PV) se dividiram até agora entre Serra e Dilma, não seria surpresa se os indecisos remanescentes trilhassem os mesmos caminhos: metade para o tucano, um quarto para a petista e um quarto anulando ou votando em branco. Coincidência ou não, foi como se dividiram, ao final, os indecisos da qualitativa feita durante o debate.

O resultado favorece Serra, mas não é suficiente para elegê-lo. O tucano precisa cooptar eleitores que declaram voto em Dilma para obter a maioria absoluta.

domingo, 17 de outubro de 2010

Apenas 4 do PV votaram a favor de apoio no 2º turno



A votação que definiu hoje a posição de independência do PV para o segundo turno teve apenas quatro votos, de um total de 92, a favor do apoio a um dos presidenciáveis, sem especificar qual. Em três horas de convenção, realizada hoje em São Paulo, nenhum partidário do PV defendeu abertamente a posição de apoio a um dos dois candidatos do PT ou PSDB.

Os quatro votos favoráveis foram o do secretário municipal do Verde da Prefeitura de São Paulo, Eduardo Jorge, da presidente estadual do PV no Espírito Santos, Sidnéia Fontana, o secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo, Marcos Belizário, e um militante do partido que não foi identificado. O candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, votou pela independência. 'É a sociedade que vai dar o tom e apontar o caminho', disse Gabeira.

Com a decisão de hoje, os militantes que decidirem manifestar apoio à petista Dilma Rousseff ou ao tucano José Serra não poderão utilizar símbolos do PV ou falar em nome do partido. Dirigentes e diretórios nacionais e estaduais do PV estão proibidos de declarar seu voto nessas eleições ou se manifestar a favor ou contra algum candidato. Gabeira, no entanto, que já declarou seu apoio a Serra, pode fazê-lo porque não é dirigente do partido, assim como outros membros que não ocupem posição de liderança - Gilberto Gil e Zequinha Sarney, por exemplo.

Entre os destaques do PV que participaram da convenção hoje, estava o deputado federal eleito pelo Maranhão e filho do presidente do Senado, Zequinha Sarney. Ele também defendeu a posição de não dar apoio oficial a nenhum presidenciável. 'A melhor decisão é a independência'.

Durante os discursos, o vice-presidente nacional do PV, Alfredo Sirkys, deu um parecer sobre o acolhimento das propostas do PV pelo PSDB e pelo PT. Segundo ele, o PT foi o partido que sinalizou maior interesse nos pontos sugeridos pela plataforma de Marina Silva. 'O pessoal da Dilma foi mais completo (na avaliação das propostas do PV)', afirmou. Sirkys criticou a carta encaminhada pelos tucanos e assinada pelo presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, e disse que o texto assinado por Dilma foi mais programático. Segundo ele, a carta do PSDB teve um tom mais político e deu 'a impressão de ter sido feita às pressas'.

O vice-presidente do PV reforçou que o fato das candidaturas terem se comprometido com alguns dos 10 itens propostos pelo PV não significam que esses compromissos serão efetivamente cumpridos. 'É um compromisso que eles estão assumindo perante os eleitores', ressaltou.

Aborto

Em seu discurso na convenção, Gabeira criticou o debate em torno da questão da legalização do aborto e propôs que o PV prepare uma pauta de sugestões sobre o tema e as encaminhe aos partidos que seguem na disputa ao segundo turno das eleições presidenciais. 'No nosso caso, não é uma questão de salvar nossas almas, é salvar as adolescentes e os mais pobres', disse. Segundo ele, essa pauta de sugestões deve ser voltada para campanha de conscientização e melhora da assistência pré-natal.

Outro tema que teve destaque na convenção do PV foi a reforma política, defendida pelo ex-candidato ao Senado por São Paulo Ricardo Young. 'Temos que nos debruçar agora sobre a reforma política', sugeriu.




Em plenária, PV confirma "independência" no segundo turno




"Senadora criticou "dualidade destrutiva" entre PT e PSDB. Foto: AFP
Marina Silva fez elogios a Dilma e Serra, mas se negou a abrir seu voto

O Partido Verde (PV) decidiu neste domingo, durante plenária realizada em São Paulo, manter uma postura de independência no segundo turno da eleição presidencial.

 No evento, a senadora e candidata do PV à Presidência, Marina Silva, leu uma carta aberta endereçada a Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), na qual faz elogios a ambos e se coloca como "mediadora" entre a sociedade e os partidos que disputarão a Presidência.
 
 "Estou me dirigindo a duas pessoas dignas (...), desde a luta contra a ditadura até a efetividade dos governos de que participaram", afirmou a senadora, que terminou o primeiro turno em terceiro lugar, com quase 20 milhões de votos. "Somos um veículo de comunicação de ambos com os eleitores. Mantemo-nos na condição de mediadores para contribuir para que este processo alcance melhores resultados", disse Marina.

 Em sua carta, a senadora também critica o que define como "dualidade destrutiva" entre PT e PSDB. "Essas duas forças que nasceram inovadoras são hoje os fiadores desse conservadorismo renitente. É a armadilha em que ambos caem e para a qual levam o país."

 A questão da religiosidade, que está no centro dos debates do segundo turno, também marca presença na carta aberta de Marina. Ela disse que as pessoas não podem ter seu voto diminuído devido à religião, e que a sua candidatura representava a diversidade.

 "Procurei respeitar a fé que professo sem fazer dela uma arma eleitoral", diz a senadora, que congrega na Igreja Assembleia de Deus. "Voto secreto"

 Em entrevista coletiva, Marina se negou a revelar em quem votará. "O voto é secreto, e para manter a minha independência no processo político, vou reservar esse direito de eleitora", afirmou Marina.
 
 Marina também se recusou a dizer se será candidata a presidente em 2014 e descartou ter "ansiedade" para concorrer a outros cargos. "A política não deve ser feita sempre de caso pensado", afirmou a senadora, que descartou assumir um ministério no futuro governo.
 
 Marina Silva disse ainda que não considera a sua saída do Senado, depois de 16 anos, uma "perda". A ex-candidata disse ser uma "militante do partido e uma militante da sociedade", que acredita na relação com os "núcleos vivos da sociedade".

 Sobre a apresentação de propostas de governo feita pelo PV às candidaturas de Dilma e Serra, Marina disse acreditar que as proposições de seu partido tiveram um acolhimento maior por parte do PT do que do PSDB. Durante a plenária, o vice-presidente do PV, Alfredo Sirkis, chegou a dizer que a resposta às propostas dada pelos tucanos e assinada pelo presidente do partido, Sérgio Guerra, era "superficial" e parecia ter sido "escrita à pressas". Já o texto do PT, assinado por Dilma, se manteve, na opinião de Sirkis, em um "nível programático", sem fugir às questões. Postura dos filiados
 
 Com sua postura de "independência" no segundo turno, o PV liberou seus filiados para declarar voto em Dilma ou Serra apenas como "eleitores", sem se identificar como membros do partido.
 
 Os donos de cargos institucionais no PV, como o presidente da sigla, José Luiz Penna, o vice-presidente, Alfredo Sirkis, e os presidentes dos diretórios de São Paulo e Rio decidiram seguir o caminho de Marina Silva em não declarar apoio público a nenhum candidato.

 Dos 92 convencionais com direito a voto na plenária do PV, apenas quatro se manifestaram contrários à independência no segundo turno.
 
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Em busca do apoio do PV, candidatos assumem compromissos ambientais


SÃO PAULO - Marina Silva não passou para o segundo turno das eleições presidenciais, mas conseguiu fazer aquilo que muitos esperavam de sua candidatura: inscrever a sustentabilidade na agenda política nacional.

Pressionados pelos 20 milhões de votos obtidos pela candidata do Partido Verde (PV) no primeiro turno, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) não podem mais se dar ao luxo de ignorar questões ambientais consideradas prioritárias pelo eleitorado 'marineiro', como o combate ao desmatamento e a proteção ao Código Florestal.

O Estado enviou aos dois candidatos uma série de perguntas relacionadas a alguns do principais debates ambientais do Brasil. Todas elas, também, abordadas na lista de 42 compromissos essenciais apresentada pelo PV como base para definição de um eventual apoio do partido a uma - ou nenhuma - das candidaturas. A decisão será votada hoje em assembleia do partido.

Um dos temas considerados mais críticos é a reforma do Código Florestal, que estipula regras e limites para a ocupação de áreas de vegetação nativa. Em resposta ao Estado, ambos se disseram contrários à anistia a desmatadores, prevista no relatório de Aldo Rebelo (PC do B), aprovado por uma Comissão Especial da Câmara em julho.

A assessoria da campanha tucana afirmou que Serra considera a anistia 'inaceitável'. 'Mas também não se pode imaginar que áreas de agricultura consolidadas há décadas tenham que ser abandonadas, pois isso vai afetar a produção e o emprego rural', completou. Serra se coloca contra a redução das áreas de preservação obrigatória previstas no código. Propõe o pagamento por serviços ambientais.

O candidato se compromete a resolver o impasse no primeiro semestre de seu governo. 'Ambos os lados, ambientalistas e ruralistas, precisam compor uma posição de consenso que equacione os principais problemas dessa agenda no campo', disse.

'Sou a favor do veto a propostas que reduzam áreas de reserva legal e preservação permanente, embora seja necessário inovar em relação à legislação. Sou favorável ao veto à anistia para desmatadores', afirmou Dilma.

Posições assumidas pelos candidatos:

Desmatamento

Os candidatos expuseram suas estratégias para reduzir o desmatamento, não apenas na Amazônia, mas em todos os biomas - incluindo o Cerrado, principal área de expansão agrícola do País.

Serra defende uma moratória de cinco anos sobre o desmatamento de todos os biomas - tempo que considera 'suficiente para traçar as novas bases que deverão reger o desenvolvimento da agricultura sustentável para o futuro'. 'O setor produtivo aceita essa pausa, necessária para redefinir os marcos legais da relação entre a biodiversidade e o progresso no campo', diz sua assessoria.

Dilma disse que pretende 'continuar e avançar nos programas em curso', como as Operações Arco de Fogo e Arco Verde, voltadas para o combate ao desmatamento e a criação de alternativas econômicas sustentáveis na Amazônia. 'No Cerrado a situação é mais complexa', diz a candidata do PT, lembrando que área de reserva legal, que precisa ser obrigatoriamente preservada com vegetação nativa, no bioma é bem menor do que na Amazônia (20%, comparado a 80%). 'Aqui vale mais atuar na modernização e no uso sustentável do solo e adotar políticas para fazer uso de áreas degradadas para a expansão da agropecuária.'

Ela não faz menção à meta de desmatamento zero para todos os biomas, que é um dos compromissos essenciais listados pelo PV na Agenda por um Brasil Justo e Sustentável.

Energia

Os candidatos opinaram se concordam com o projeto aprovado para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, e se acham que há espaço para outras grandes hidrelétricas na Amazônia.

'Existem boas possibilidades de aproveitamento do potencial energético da Amazônia, mas será preciso realizar uma avaliação ambiental estratégica da região, para não se ficar apenas na discussão dos licenciamentos isolados de cada hidrelétrica', diz a campanha de Serra. 'Energia renovável é bem melhor do que termoelétricas com fontes fósseis, mas não dá para enfiar goela abaixo das populações locais os efeitos danosos das obras.'

Sobre o licenciamento ambiental de Belo Monte, a campanha afirma que 'num governo Serra o processo teria sido bem mais transparente e participativo', e agora só resta 'exigir o cumprimento das exigências socioambientais do licenciamento do Ibama'.

'Para manter nossa matriz energética como uma das mais limpas do planeta não podemos abrir mão de hidrelétricas', afirma Dilma. Segundo ela, o projeto de Belo Monte - que é uma das peças principais do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) - inclui 40 condicionantes ambientais, que custarão aos investidores R$ 3 bilhões para atendê-las. 'Queremos energia hidrelétrica, mas também preservar nosso patrimônio natural.'

Clima

No combate às mudanças climáticas, os dois candidatos admitem o princípio de reduzir as emissões de gases-estufa, mas demonstram não ter um plano detalhado para colocar em prática.

Dilma considera adequada a meta voluntária estabelecida pelo governo atual e incluída na Lei 12.187 de 2009, que instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima de reduzir entre 36% e 39% o crescimento projetado das emissões brasileiras de gases do efeito estufa até 2020. 'Trata-se de um compromisso nacional', diz a candidata. 'Para efetivar essas metas estão em elaboração vários planos setoriais.'

'Tenho convicção de que temos um conjunto de propostas que nos permitirão alcançar bons resultados e manter o protagonismo brasileiro nesta área', completa Dilma.

Já Serra, quando governador de São Paulo, aprovou a Lei Paulista de Mudanças Climáticas, estabelecendo uma meta compulsória de redução de 20% das emissões de gases do efeito estufa no Estado até 2020, tomando como base as emissões de 2005. 'Serra sempre trabalhou com a ideia de que não se deve temer a agenda ambiental, mas sim fazer dela uma oportunidade de transformar a economia, do atual caráter predatório, para uma economia verde, traçando nova relação da sociedade com a natureza. Avançando, o Brasil pode se tornar uma potência ambiental', diz sua campanha.

sábado, 16 de outubro de 2010

Horário de verão começa hoje à meia-noite

APARTIR DA MEIA NOITE,ADIANTE SEU RELÓGIO EM UMA HORA

O horário de verão começa Hoje e deverá proporcionar uma redução de cerca de 5% no consumo de energia elétrica nos momentos de pico de demanda no Sudeste, Centro-Oeste e Sul do País. A estimativa foi feita ontem pelo secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grüdtner. À meia-noite deste sábado, os moradores dessas regiões terão de adiantar os relógios em uma hora. A medida vai valer até zero hora do dia 20 de fevereiro de 2011.



PV e Marina decidem, domingo, com quem vão ficar no segunto turno


Será neste domingo a convenção do PV que decidirá a posição do Partido para este segundo turno no Brasil. Marina Silva estará presente e prometeu obedecer a decisão da maioria. Nos últimos dias, o PV manteve reuniões com Marco Garcia, do PT, e Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB, buscando conhecer a posição de Dilma e Serra sobre as teses de Marina, sobretudo em relação ao Plano Amazônia Sustentada e ao Código Florestal, mas PT e PSDB não são muito favoráveis a nenhum dos dois.


. O PV do RS tirou posição favorável a Serra.

Dilma sofreu maior baixa no Datafolha entre os evangélicos

Ao se observar o comportamento dos eleitores divididos por grupos religiosos, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, sofreu sua maior baixa entre os evangélicos não pentecostais. Ela desliza de 40% para 36%, de acordo com pesquisa Datafolha realizada ontem e anteontem.


. Como a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, a oscilação da petista ficou dentro desse limite máximo. Na pesquisa anterior, ela poderia ter no mínimo 38%. Na atual, chegaria a esse patamar no limite positivo da margem. Os evangélicos não pentecostais são 6,3% dos eleitores brasileiros. Nesse grupo, José Serra (PSDB) registrou uma variação positiva, também dentro da margem de erro, indo de 48% para 50%.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


"Caminho. 'É o embrião do que chamo uma terceira via, não está consolidado', diz Marina sobre seu desempenho na eleição"


O coordenador do programa de governo de Dilma Rousseff (PT), Marco Aurélio Garcia, reuniu-se ontem com responsáveis pelo programa da candidata derrotada do PV, Marina Silva, segundo informou a senadora. Em entrevista ontem ao Portal Terra, Marina afirmou que tanto Dilma quanto José Serra (PSDB) manifestaram interesse de incorporar propostas verdes aos seus planos de governo, e admitiu que a revisão do Código Florestal é o maior obstáculo para a adesão.

Marina Silva defende a revisão da proposta do Código Florestal apresentada ao Congresso pelo deputado Federal Aldo Rebelo (PC do B).

'Foram feitas as primeiras conversas de pessoas sugeridas por mim com o Marco Aurélio Garcia. Não falei com o Sirkis (Alfredo Sirkis, vice-presidente do PV), mas acredito que o outro lado esteja fazendo o mesmo', disse a senadora, que sugeriu que voltará a se candidatar em 2014, ao classificar a disputa de 2010 como um ensaio geral.

'É o embrião do que chamo uma terceira via, não está consolidado. Tínhamos que receber esse resultado (os quase 20 milhões de votos) com alegria.'

Em uma entrevista repleta de menções a Deus, Marina disse esperar que Dilma e Serra 'aproveitem a bênção do segundo turno'. Criticou a satanização do debate sobre o aborto e sugeriu que pode adotar uma postura de independência.

Marina reiterou sua crítica aos dois presidenciáveis que, segundo ela, são muito parecidos. Perguntada se não seria um contrassenso declarar apoio a qualquer um dos dois, a senadora afirmou que o segundo turno é 'uma bênção', porque é a possibilidade que os dois têm de se diferenciar. Ela criticou o conceito de neutralidade no segundo turno. 'Neutralidade não é uma posição, podemos apoiar um ou outro, ou adotarmos a independência, que é diferente da neutralidade', afirmou.

A senadora negou que seu partido esteja demorando para se posicionar. Segundo ela, sua candidatura já influenciou o debate ao apresentar suas propostas aos candidatos que estão na disputa. 'Cabe a eles internalizar ou não essa plataforma', disse, reiterando que o apoio do PV será programático. Ela defendeu seu partido ao dizer que sente grande alegria porque a minoria tem direito de manifestar sua posição. 'Estou formando uma posição que, espero, seja a melhor para o Brasil', contou.

Marina evitou responder se se sente pessoalmente mais próxima a Dilma ou a Serra; afirmou que, para conversar, ambos são 'respeitáveis'. Disse que foi colega de Serra no senado e chamou de 'divergências maduras e nada pessoal' seus confrontos com Dilma no governo Lula.

Perguntada se seus 30 anos de militância no grupo petista não a aproximariam da candidatura do partido, a senadora respondeu que não será pautada por relações de amizades. 'Não é assim que se discute política.'

A senadora disse considerar legítimo que temas de comportamento façam parte da campanha. Segundo Marina, no primeiro turno as perguntas acerca do assunto eram direcionadas quase que exclusivamente a ela, por ser evangélica. Para Marina, porém, não se deve abordar assuntos como aborto e casamento gay de forma preconceituosa 'nem em relação a quem crê como a quem não crê'.

Cargo. A ex-candidata descartou a possibilidade de ocupar um ministério, independentemente do resultado das eleições. 'Já dei minha contribuição como ministra, acho que foi uma contribuição relevante. Agora vou dar um outro tipo de contribuição', disse Marina, que já sugeriu que poderá atuar no terceiro setor.

Pela primeira vez, Marina comentou a vitória apertada de Tião Viana (PT) no Acre - o petista ganhou do adversário, Tião Bocalon (PSDB), por uma diferença de 4,3 mil votos. Viana é do grupo político de Marina, mesmo depois que a ex-candidata mudou de partido. Segundo Marina, a disputa apertada foi um sinal dado pela população que deve ser recebido com humildade.